Em uma entrevista à Revista Esquire, a atriz e também diretora Jodie Foster revelou um pouco sobre sua relação com o ator Robert Downey Jr., conhecido pelo seu papel como Homem de Ferro, ou Tony Stark. A estrela expôs a chamada de atenção que deu em Robert, durante as filmagens de “Feriado em Família”, comédia de 1995.
O que viria depois
A matéria publicada pela Esquire consiste em diversas homenagens e nostálgias quanto a vida de Downey Jr.
Jodie Foster aproveitou a ocasião para compartilhar como prosseguiu em seu sermão direcionado ao ator, que na época vivia uma turbulenta parte de sua trajetória, exacerbado em problemas com a justiça norte-americana por conta de seus vícios, foi nesse momento que Foster usou da proximidade com Robert durante as filmagens para chamar sua atenção.
“Eu o chamei de lado em determinado momento das filmagens e disse, ‘olha só, não poderia estar mais grata pelo que você tem feito por esse filme. Mas estou preocupada com o que vai acontecer com você. No momento você é incrivelmente bom em segurar a onda. Mas a situação é precária e não sei onde você vai parar”, contou a atriz, se referindo aos vícios do colega com cigarros e bebidas alcoólicas, que já haviam lhe rendido prisões e desavenças.
Mas Jodie, se mostrando uma boa amiga, também compartilhou que Robert era talentoso, mais talentoso do que ela jamais seria, conforme dito pela atriz ao citar que havia mais criatividade no dedo mindinho de Robert do que ela jamais teria em toda sua vida.
“O que era tão interessante nele na época é que ele era um gênio, mas ele não tinha a disciplina. Ele estava tão largado que todo seu talento acabava escorrendo por seus braços como água e resultando numa bagunça imensa.”
Em seguida, Jodie completa que agora Downey Jr. era uma pessoa naturalmente disciplinada, quase como sobrevivência. Ela finaliza acrescentando que tinha fé na mudança do ator porque ele também queria a mudança.
Juventude conturbada
Robert Downey Jr. não sente vergonha em falar sobre sua juventude e os desafios que enfrentou através dela, começando em sua infância, quando o ator teve seu primeiro acesso a maconha através de seu próprio pai, o cineasta, escritor, ator e produtor Robert Downey Sr. (1936-2021), que lhe ofereceu um cigarro quando ele tinha apenas seis anos de idade.
No cinema, Robert fez sua primeira aparição aos cinco anos, quando interpretou “Filhote” no filme “Pound” (1970), escrito e dirigido por seu pai. Nos anos 80, após participar do humorístico “Saturday Night Live”, Robert atuou em pequenos papéis nos filmes “Mulher Nota 1000” (1985) e “De Volta às Aulas” (1986).
Em meados dos anos 1990, a vida de Robert se modificou ao extremo com o acesso à fama, após seus papéis em “O Céu se enganou” (1989), “Air America” (1991) e “Morrendo e aprendendo” (1993). Nesse período, o ator começou a se envolver em problemas judiciais, sendo preso pela primeira vez em 1996 e também em 1999, quando policiais encontraram drogas e armas em seu carro.
Nos anos 2000, Robert retornou às telas com a série “Ally McBeal”, entretanto, foi afastado do elenco após uma recaída. A série lhe rendeu um Globo de Ouro e um SAG Award.
Robert passou um ano em reabilitação, sendo liberado em 2002 e um ano depois ele retornou ao mundo do cinema para as gravações de “Gothika”, lançado em 1993. Foi durante as filmagens do filme que ele conheceu a produtora Susan Levin, com quem se casou em 2005. Conforme Robert, Susan possui boa parte dos créditos pela sua reviravolta pessoal e recuperação.
Com as idas e vindas à prisão, centros de reabilitação e a vida nada assertiva de Downey, sua relação com Deborah Falconer, com quem teve um filho em 1993, chegou ao fim. A relação durou nove anos, e quando se findou, Indio Falconer Downey, o filho do casal, tinha 8 anos.
Em 2008, Robert estrelou o papel que mudaria toda sua carreira e lhe abriria espaço para pintar uma nova imagem, estreando como Tony Stark, no filme Homem de Ferro, um dos maiores marcos de sua vida profissional, pelo qual será eternamente lembrado e consolidado.
Com sua volta por cima concluída, Downey também gravou “Sherlock Holmes”, de 2009 e 2011 e “Trovão tropical”, 2008, que lhe rendeu uma indicação ao Oscar de melhor ator coadjuvante. Em 2013, 2014 e 2015 Robert foi considerado o ator mais bem pago do mundo.
E, em 2024, fechando com chave de ouro, Robert recebeu a estatueta dourada do Oscar de Melhor ator Coadjuvante pelo filme “Oppenheimer”, de 2023, deixando bem claro que reviravoltas eram possíveis e que seu passado, por mais que lhe acompanhasse, já não o definia mais.