A ex-assistente de palco Juliana Oliveira reafirmou sua denúncia de estupro contra Otávio Mesquita após o Programa do Ratinho levar o caso ao ar em uma enquete ao vivo. O advogado da artista, Hédio Silva Jr., informou que os depoimentos apresentados no programa foram anexados ao processo judicial. O caso ganhou nova repercussão e levantou debates sobre assédio e responsabilização na mídia.
Denúncia e contexto do caso
Juliana Oliveira acusa Otávio Mesquita de estupro por conta de um episódio do programa The Noite, exibido pelo SBT em 25 de abril de 2016. De acordo com a representação apresentada ao Ministério Público de São Paulo em março deste ano, o apresentador teria apalpado seus seios e sua região íntima diante das câmeras e da plateia, enquanto ela tentava se esquivar. A cena foi ao ar e continua circulando nas redes sociais.


O advogado da ex-assistente de palco alega que a denúncia também busca comprovar que o SBT tinha conhecimento da situação e não tomou providências na época. Segundo ele, o vídeo do programa de Ratinho é mais uma evidência de que Juliana relatava o ocorrido, mas não era ouvida.
Programa do Ratinho causa indignação
Na última segunda-feira (31), o apresentador Carlos Massa, o Ratinho, abriu uma enquete ao vivo perguntando ao público e aos jurados do quadro Dez ou Mil se Mesquita teria realmente cometido estupro. Durante a transmissão, ele reconheceu que o ocorrido foi inadequado, mas minimizou a gravidade da acusação. “A palavra estupro é muito forte. Quem vai dizer se isso é um caso de estupro ou não é a Justiça”, declarou Ratinho.
O apresentador também questionou a demora na denúncia. “Dá a impressão de que é oportunismo, mas pode ser que ela tenha tido medo de perder o emprego”, afirmou. Ele sugeriu ainda que Juliana poderia ter pedido para a cena ser cortada na edição do programa The Noite.
As declarações de Ratinho geraram revolta e foram amplamente criticadas nas redes sociais. Os jurados do programa, Cariúcha e Igor Guimarães, discordaram do apresentador e manifestaram apoio a Juliana. Cariúcha reforçou que a legislação atual considera assédio e toques indesejados como estupro. “Quando a mulher diz ‘não’, não pode tocar nem brincar”, disse.


Reação de Juliana Oliveira
Juliana utilizou as redes sociais no domingo (30), para falar sobre o caso. “Não foi fácil! Tornar pública a minha dor e buscar Justiça foi uma decisão difícil”, escreveu. Ela anunciou que se afastará da internet temporariamente. “Neste momento, escolho o silêncio para me resguardar, organizar meus sentimentos e encontrar apoio na minha família”, completou.
O advogado da artista confirmou que o material do Programa do Ratinho foi anexado ao processo. “O vídeo amplifica o rol de testemunhas que sabiam que Juliana reclamava do ocorrido e não era ouvida”, afirmou.
Otávio Mesquita se defende
O apresentador Otávio Mesquita se manifestou publicamente sobre o caso e negou as acusações, chamando a denúncia de “caluniosa”. Em um vídeo divulgado em suas redes sociais, afirmou que a cena foi uma “brincadeira combinada” e questionou o tempo decorrido até a denúncia. “Tudo foi ao ar há quase dez anos e hoje nasce essa acusação caluniosa contra mim. Absurdo isso”, declarou.
Ele também mencionou que sua ex-mulher e seu filho estavam na plateia no dia da gravação. “Como eu ia fazer uma bobagem dessa?”, questionou.
O Ministério Público de São Paulo informou que a representação de Juliana Oliveira está sob análise da Promotoria de Justiça Criminal de Osasco. O SBT, até o momento, não se pronunciou sobre a denúncia ou a repercussão gerada pela enquete no Programa do Ratinho.
O caso segue em andamento, e a repercussão levanta discussões sobre o tratamento de denúncias de assédio e abuso sexual na mídia.