Justiça brasileira impõe pena histórica por crime de racismo contra Titi

Isadora Murakami Por Isadora Murakami
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Foto destaque: Day Mccarthy e família Gagliasso (Reprodução/Instagram/@gioewbank/Youtube/@daymccarthy)

Em um marco para a luta contra o racismo no Brasil, a Justiça condenou Day McCarthy a 8 anos e 9 meses de prisão em regime fechado por ofensas racistas contra Titi, filha de Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank.

A recente decisão judicial, considerada a mais severa aplicada por um crime de racismo no Brasil, gerou grande movimentação tanto no âmbito nacional quanto internacional. A severidade dessa pena, equiparada a sanções por delitos como estupro e homicídio, ilustra a seriedade das alegações e a necessidade de combater o racismo de maneira contundente.

A maior condenação por racismo e injúria racial da história brasileira

Além das ofensas raciais dirigidas a Titi, Day McCarthy também foi responsabilizada por acusações infundadas contra o casal, que incluíam crimes como lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e associação ao tráfico de drogas. Essas alegações, que eram não apenas racistas, tinham o intuito de difamar e prejudicar a reputação pública de Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank.


Família de Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso em viagem de férias (Foto: Reprodução/Instagram/@gioewbank)

Esta é a primeira vez que o Brasil impõe uma pena de prisão em regime fechado em resposta ao racismo. Sim, estamos em 2024 e é a primeira vez que isso ocorre. Embora tardio, este momento é histórico“, celebraram os dois em uma publicação conjunta.

Bruno e Giovanna enfatizaram que esta conquista não é apenas deles, mas de toda uma comunidade que se empenha na luta contra o racismo.

O direito criminal diz que pouco pode ser feito pela reversão da pena, no máximo sua redução. E assim esperamos e seguiremos confiantes na justiça, pois há anos estamos lutando por entendermos que esta vitória não é nossa, mas da nossa filha, coletiva e de toda uma comunidade“, afirmaram.


Juliana Souza e Bruno Gagliasso (Foto: Reprodução/Instagram/@julianasouzaoris)

Uma profissional qualificada

Juliana Souza foi a advogada que seguiu com o casal, graduada pela PUC São Paulo e Mestra em Humanidades, Direitos e Outras Legitimidades pela USP Oficial. A advogada também é Presidente e Fundadora do Instituto Desvelando Oris e escreveu o livro “Torrente Ancestral: Vidas Negras Importam? Inquietações racializadas de uma mente preta dissonante” pela Editorial Matrioska.