Quase nove anos após viver uma noite de terror em Paris, Kim Kardashian voltou à capital francesa nesta terça-feira (13) para testemunhar no julgamento dos acusados de tê-la rendido e roubado sob a mira de uma arma, durante a Semana da Moda de 2016.
Na ocasião, a estrela de reality shows foi feita refém em um hotel de luxo e teve cerca de US$ 10 milhões (R$ 56 milhões) em joias e dinheiro levados, incluindo um anel de noivado avaliado em US$ 4 milhões, presente de Kanye West
Ao lado da mãe, Kris Jenner, Kim chegou ao tribunal usando um colar de diamantes, gesto simbólico que remete à brutalidade do assalto. “Quero agradecer às autoridades francesas por me permitirem contar a minha verdade”, declarou, visivelmente emocionada, ao iniciar seu depoimento.
O caso envolve nove homens e uma mulher, com idades entre 35 e 78 anos, que respondem por crimes como roubo à mão armada, sequestro e conspiração. Dois confessaram delitos menores, enquanto os demais negam envolvimento. A maioria é reincidente, o que tem pesado nas sessões desde o início do julgamento, em 28 de abril.

Uma das testemunhas mais esperadas foi Simone Harouche, amiga de infância e estilista de Kim, que também estava no hotel naquela noite. Em seu relato, ela descreveu momentos de pânico ao ouvir os gritos da amiga: “Nunca ouvi a Kim daquele jeito. Era puro terror”. Harouche contou que Kardashian implorava aos criminosos: “Tenho bebês, preciso viver. Levem tudo.”
A testemunha se trancou no banheiro e conseguiu alertar a família de Kim e seu segurança, Pascal Duvier, que a encontrou chorando histericamente minutos depois. Harouche relembrou o momento em que Kim, com fita adesiva nos pés e em estado de choque, entrou correndo no quarto: “Ela dizia: ‘Precisamos sair daqui! E se eles voltarem?’”

O episódio teve consequências duradouras na vida das duas. Harouche abandonou o trabalho com celebridades e passou a atuar como designer de interiores. Kim, por sua vez, aumentou drasticamente seu esquema de segurança e se afastou temporariamente da mídia.
O grupo criminoso, apelidado de “Assaltantes Avós” devido à idade avançada de alguns membros, pode pegar até 30 anos de prisão. O julgamento, que sofreu adiamentos ao longo dos anos por casos de maior repercussão, como os atentados terroristas de 2015, agora se aproxima de um desfecho — trazendo justiça a uma noite que deixou marcas profundas.