Lázaro Ramos fala sobre preconceito e representatividade durante evento

O ator abordou temas relacionados ao racismo e à importância da representatividade

Joao Pedro Santos Por Joao Pedro Santos
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Foto destaque: Lázaro Ramos em entrevista (Reprodução/Instagram/@olazaroramos)

Lázaro Ramos, de 46 anos, esteve presente na noite de terça-feira (19), no projeto Conversas para Iluminar o Mundo, realizado no Clube Manouche, no Rio de Janeiro. O evento antecedeu o Dia da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro, e serviu como espaço para o ator compartilhar reflexões sobre preconceito e representatividade na sociedade contemporânea.

Valorizando suas raízes

Durante o encontro, o ator, natural de Salvador, Bahia, destacou como sua trajetória pessoal e cultural moldou sua visão de mundo. “Minha vivência na Bahia me ensinou, desde cedo, a ter orgulho de ser preto. O Bando de Teatro Olodum foi fundamental para eu compreender que a dramaturgia pode abordar diversas perspectivas, explorando o nosso jeito de existir no mundo. Aos 16 anos, o coreógrafo Zebrinha me dava carona, colocava Nina Simone para tocar e me ajudava a interpretar suas letras e significados”, relembrou Lázaro, evidenciando a importância das referências artísticas e culturais em sua formação.


Lázaro Ramos em apresentação de programa da TV Globo (Foto: reprodução/Grupo Globo)

O ator também destacou a responsabilidade inerente à visibilidade que conquistou ao longo de sua carreira. “A cultura preta é minha fonte de força: ela me resgata, me dá autoestima e me liberta. Mas essa libertação vem acompanhada de um compromisso profundo. Nada do que faço é decidido de maneira impulsiva, porque sei das consequências. Para pessoas pretas, muitas vezes não há segundas chances. Quando um preto é cancelado, a punição tende a ser mais severa e implacável”, refletiu.

O retrocesso do cenário mundial atual

Lázaro ainda chamou atenção para o contexto atual, que ele enxerga como um período de retrocesso em pautas essenciais. “Estamos vivendo uma retração nos debates importantes. Esse é o momento de ficarmos vigilantes. Quando deixamos de discutir certas questões por muito tempo, surgem consequências extremas. O que vivemos hoje é, em parte, o resultado de não termos dialogado antes”, alertou.

Suas palavras no evento reforçaram a relevância de manter as conversas sobre representatividade e equidade ativas, principalmente em um momento de polarização e retrocessos sociais. O encontro foi um convite à reflexão e à ação, destacando a importância de construir um futuro mais inclusivo e respeitoso para todos.