O rapper Lil Nas X é a capa da edição do mês de abril da revista estadunidense PAPER. Em uma entrevista completa e um ensaio fotográfico icônico, cheio da cor rosa e muito brilho, o rapper relatou sobre o atual momento de sua carreira, projetos futuros, autoconhecimento e política.
Em uma fase totalmente diferente e ‘clean’ de sua carreira, com um olhar mais humano para si e para as circunstâncias da vida, o popstar relembrou a onda de ataques que sofreu em 2021, ao lançar o hit polêmico “MONTERO (Call Me By Your Name)”, cujo o videoclipe conta atualmente com mais de 600 milhões de visualizações no Youtube.


No período, Lil sofreu perseguições, foi ameaçado de morte e teve diversos contratos cancelados, em decorrência à narrativa ‘profana’. Como consequência da repercussão negativa, o cantor relatou ter vivido um momento de terror, e que está em constante processo de aprender a superar o medo e inseguranças em sua vida pessoal e profissional após o episódio.
Relembre a polêmica
Em 2021, após uma longa perseguição midiática e em resposta aos ataques e boicotes sofridos após assumir sua homossexualidade, o artista decidiu dar uma repaginada em sua carreira. Seguindo uma estética muito adotada por divas pop dos anos 2000, como Madonna e Lady Gaga, Lil decidiu iniciar sua estreia no mundo da música pop confrontando os ideais teológicos.
De frente à igreja, Lil Nas X lançou “MONTERO (Call Me By Your Name)”, carro-chefe do seu primeiro álbum de estúdio, o também “MONTERO”. No clipe da faixa, o rapper representou a metáfora de “Adão e Eva”, mas de uma maneira particular e com uma pitada de atrevimento proporcionado pela música pop. O cantor aparece no clipe descendo em uma barra de pole dance, em direção ao ‘inferno’. Ao finalizar o trajeto, vestido somente de cueca e uma bota até o joelho, o artista senta sobre o colo do ‘diabo’, mata a entidade e a incorpora.
O contexto apresentado pelo videoclipe e a mensagem de confronto passado pelo artista foi o suficiente para mudar a carreira, proporcionando um grande caos midiático, ameaças de morte, fins de contratos e muitos boicotes.
Conservadorismo da nova geração
Lil aproveitou a visibilidade para criticar o atual cenário político dos Estados Unidos, governado presentemente por Donald Trump, e o acirramento da onda de conservadorismo que atinge o país.
Ele reforçou sobre o momento de grande conservadorismo que o mundo já estava vivendo desde a época do lançamento de “MONTERO”, mas deu ênfase na intensificação destes valores e a aquisição deles por parte da geração Z.
Ele ainda finalizou dizendo que caso tivesse lançado o clipe atualmente, correria grande risco de morte: “O mundo estava mudando tanto na época. E continua, com toda essa situação em que jovens são ensinados a agir de forma super conservadora. [Se eu lançasse esse single hoje,] Realmente tentariam me matar, sem zoeira”, concluiu.