A cantora Ludmilla, de 30 anos, se manifestou nas redes sociais nesta terça-feira (13) após a Justiça restabelecer, por unanimidade, a condenação do apresentador Marcão do Povo, de 45 anos, por injúria racial. O caso remonta a 2017, quando o jornalista se referiu a ela como “pobre macaca” durante uma transmissão ao vivo na TV aberta.
“Vitória que não apaga a dor”, diz Ludmilla
Ludmilla usou seus stories no Instagram para comentar o desfecho do processo. “Em 2017, fui chamada de ‘pobre macaca‘ por um apresentador, ao vivo, na TV aberta. Hoje, finalmente, foi reconhecido o racismo que tentei denunciar lá atrás”, escreveu a cantora.
Apesar da vitória judicial, Ludmilla destacou o impacto emocional do episódio e a espera por justiça. “Essa vitória não apaga a dor, mas reforça que racismo é crime e tem consequência. Agradeço ao sistema judiciário brasileiro por apoiar essa luta. Justiça foi feita”, completou. Além desse caso, a cantora é alvo constante de ataques racistas nas redes sociais.

Condenação por injúria racial é mantida
O caso que deu origem ao processo ocorreu durante uma transmissão ao vivo do programa Balanço Geral DF, exibido pela Record TV, quando o apresentador se referiu a Ludmilla com a expressão racista “pobre macaca”. A cantora entrou com uma ação judicial por injúria racial contra o comunicador no mesmo ano.
Depois de um longo percurso judicial, Marcão do Povo foi condenado a um ano e quatro meses de prisão em regime aberto, além do pagamento de R$ 30 mil em indenização, valor que deveria ser destinado a uma instituição comprometida com o combate ao racismo.
No entanto, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou a condenação com o argumento de que a principal evidência apresentada, um vídeo editado, comprometia a validade da acusação.
A decisão foi revista após novo recurso. Por unanimidade, a 5ª Turma do STJ restabeleceu a condenação ao concluir que a fala do apresentador não foi distorcida nem retirada de contexto, configurando injúria racial praticada de forma direta pelo apresentador.