A equipe jurídica de R. Kelly confirmou que o cantor sofreu uma overdose que quase o matou. O episódio teria acontecido enquanto o rapper estava confinado em cela solitária. Os advogados de Kelly revelaram o incidente nesta terça-feira (17).
R. Kelly está preso desde 2022 e cumpre sentença de 30 anos. O artista foi condenado por crimes como produção de pornografia infantil, aliciamento de menores, extorsão e tráfico sexual.
R. Kelly em audiência no Tribunal Criminal de Leighton, em Chicago, em setembro de 2019 (Foto: reprodução/Antonio Perez/Getty Images Embed)
Suposto plano de assassinato
Segundo documentos que o USA Today teve acesso, o episódio aconteceu depois de Kelly ser confinado em uma solitária, no dia 10 de junho. Agentes da penitenciária FCI Butner Medium I, na Carolina do Norte, teriam dado ao cantor medicamentos adicionais, além dos que ele utiliza normalmente. A dose maior de remédios teria causado seu desmaio na cela.
O advogado Beau Brindley alegou que Kelly deveria receber somente sua medicação regular. Em um mesmo dia, no entanto, funcionários administraram ao cantor uma dose maior que o normal. Três dias depois, o artista começou a sentir fraqueza e tontura.
Ele começou a ver manchas escuras na visão. Tentou se levantar, mas caiu no chão. Ele rastejou até a porta da cela e perdeu a consciência
Descreve o relatório.
Kelly foi socorrido e levado no dia 13 de junho ao Hospital da Universidade Duke, em Durham, onde foi confirmado que ele sofreu uma overdose quase fatal. O rapper seguiu em observação por dois dias antes de retornar à prisão. De acordo com a defesa, a decisão foi tomada de forma contrária às recomendações médicas.
Beau Brindley alega que os agentes penitenciários colocaram a vida de Kelly em risco deliberadamente.
Isso não foi um erro. Foi uma dose que colocou sua vida em risco e quase a tirou.
Afirmou.
A defesa do artista também entrou com um pedido de emergência e solicitou sua libertação imediata sob a justificativa de que o cantor corre risco de vida na prisão. Essa é a terceira tentativa de obter sua liberação.
Na nova proposta apresentada, a equipe jurídica de Kelly alega que três funcionários da penitenciária – entre eles o diretor e o vice-diretor – orquestraram uma tentativa de assassinar o cantor. O plano envolveria a participação de um detento que possui uma doença terminal, identificado como Mikeal Glenn Stine. Stine seria supostamente um membro do grupo supremacista branco “Irmandade Ariana” (Aryan Brotherhood).
De acordo com os advogados, Stine foi transferido de propósito para a mesma unidade de Kelly com o objetivo de assassiná-lo. Em depoimento no dia 19 de maio, o próprio detento teria admitido o plano. Segundo ele, os funcionários da penitenciária lhe garantiram que as provas do crime seriam manipuladas e isso impediria uma condenação. De acordo com Stine, também lhe prometeram que ele teria a chance de fugir durante o transporte e viver seus últimos meses de vida como um homem livre.
O carcereiro teria desistido do plano e contado a Kelly depois de observar o cantor por algumas semanas.
Contei a verdade a ele. Disse que fui enviado para matá-lo. Expliquei como e por quem. E avisei que sua vida estava em perigo real.
R. Kelly é o nome artístico de Robert Sylvester Kelly, de 58 anos (Foto: reprodução/Scott Olson/Getty Images Embed)
A condenação de R. Kelly
R. Kelly recebeu a condenação de 30 anos de prisão em junho de 2022. A juíza Ann Donnelly alegou que o cantor usou a fama e influência para atrair fãs jovens e cometer crimes sexuais. “Ele prejudicou os jovens, os vulneráveis e os que não têm voz, em busca de gratificação sexual”, afirmou Donnelly, que chamou Kelly de “predador”. O rapper foi condenado por várias acusações de extorsão, suborno, trabalho forçado e por infringir a Lei Mann, que proíbe o tráfico sexual interestadual.