O cinema brasileiro vive um momento historico . O filme “Ainda Estou Aqui” superou a marca de 5,8 milhões de espectadores nas salas de cinema e garantiu o primeiro Oscar da história brasileira. Em Cartaz há 21 semanas, o filme já foi lançado em 42 nações e continua expandindo sua presença global.
Sob a direção de Walter Salles e com Fernanda Torres no papel principal, o drama conquistou o prêmio de Melhor Filme Internacional no Oscar 2025. A obra também disputou Melhor Filme e Melhor Atriz, posicionando o Brasil como um dos principais destaques da temporada de prêmios. A conquista, inédita para o país, é vista como um divisor de águas para o audiovisual nacional.
De história pessoal à emoção global
“Ainda Estou Aqui” é baseado nas recordações do autor Marcelo Rubens Paiva a respeito de sua mãe, Eunice Paiva. A história ocorre em 1971, no período da ditadura militar, e relata a mudança de uma mãe de cinco filhos em defensora dos direitos humanos, após o sumiço do esposo por parte da Polícia Militar. É um relato pessoal, doloroso e verídico — narrado com sensibilidade e força.


Fernanda Torres ganhou reconhecimento mundial por sua atuação, vista como uma das mais memoráveis de sua trajetória. Walter Salles, famoso por filmes como Central do Brasil e Diários de Motocicleta, retornou a investigar questões sociais com sensibilidade, valorizando o silêncio, a resistência e a potência das pequenas narrativas que desvendam amplos cenários
Reconhecimento internacional e novas estreias
O sucesso do longa se espalha mundo afora. Foi apresentado em nações como Itália, Alemanha, Espanha, México, Austrália, Colômbia, Israel, Argentina e Taiwan e nos países escandinavos entre setembro e outubro, com datas confirmadas na Dinamarca (2/10) e Noruega (3/10).


Na cerimônia do Oscar, dividiu espaço com produções elogiadas como Emilia Pérez, O Brutalista, Conclave e Anora, este último o grande vencedor da noite. Ainda assim, foi o filme brasileiro que cravou seu nome na história ao garantir, pela primeira vez, uma estatueta dourada para o país.
Impacto duradouro e novas premiações
A jornada de Ainda Estou Aqui não terminou no Oscar. O filme agora está na disputa pelo Prêmio Platino, o mais prestigioso do cinema ibero-americano, em três categorias: Melhor Filme, Melhor Direção e Melhor Atriz. Também está sendo indicado para o BAFTA e outras premiações na Europa e na América Latina.
Além do efeito artístico, o filme reviveu debates sobre o passado recente do Brasil, a preservação da memória histórica e a função do cinema como meio de reflexão. A repercussão mundial também destacou a relevância de reforçar a indústria audiovisual brasileira, aumentando investimentos e estimulando novas produções
Com uma carreira ainda em curso e novos públicos a serem alcançados, Ainda Estou Aqui se consolida não apenas como um sucesso de crítica e bilheteria, mas como um símbolo da força do cinema brasileiro em contar suas próprias histórias — com verdade, coragem e emoção.