‘Cafi’: Carinho, Amor, Felicidade e Intensidade, Cafi é tudo isso e mais um pouco

Pablo Alves Por Pablo Alves
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Salve o prazer, salve o prazer poderia servir de palavra mágica que abre as portas para um universo fantástico mostrado no filme documentário Cafi, que narra a história de vida e da obra do fotografo pernambucano recifense Carlos Filho, que sem qualquer sombra de dúvidas é uma ode a vida garrida bem vivida.

Você talvez não reconheça de primeira o nome de Carlos Filho, ou seu nome artístico, Cafi, mas eu tenho certeza que você ja viu e se deliciou com seu trabalho artístico em algum momento de sua vida, ainda mais se tiveres paixão por música, cultura e artes de um modo geral.

O artista Carlos da Silva Assunção Filho não foi apenas um fotografo, Cafi se permitia homogeneizar com todas as expressões artísticas. Quando neófito em sua construção como artista, Cafi teve sua primeira experiência com as artes plásticas, mas logo um presente recebido por sua irmã mais velha daria outros rumos à sua estrada, o mimo recebido era uma câmera fotográfica, isso abriu uma janela de possibilidades para ele.


O olhar que contemplava a arte de viver a vida. (Foto: Reprodução/Badalo).


A partir daí ele construiu seu universo poético através de sua produção imagética e durante essa trajetória o artista ajudou a a história da música popular brasileira, além contar grandes histórias de momentos que foram marcantes e delinearam com sensibilidade os contornos de uma arte genuinamente brasileira que é feita na esquina com uma devoção sagrada.

O filme, que teve exibição de gala no Festival de cinema do Rio, também realizou uma exibição extra com direito a um debate que contou com a presença dos roteiristas e diretores do filme Natara Ney (Divinas Divas de 2016, Mistérios do Samba de 2008, Transversais de 2021, A quem interessa a ignorancia de 2019 entre outros) e Lírio Ferreira ( Árido Movie de 2005, Cartola – Musica para os Olhos de 2007,  Fim do Miundo, série de 2016 entre outros), conterrâneos do protagonista da produção.

Em sua obra, Cafi produziu mais de 300 capas de álbuns musicais, incluindo Milton Nascimento, Gal Costa, Alceu Valença, Nana Caymmi, Fagner, Otto, Geraldo Azevedo e muitos outros. Seu trabalho derradeiro foi a capa do disco Besta fera de 2019, do amigo Jard Macalé, que foi seu professor de violão, pelo menos tentou ser, reza a lenda.

Mas a produção vai mais fundo e além na vida do artista e mostra um Carlos Filho desde a infância recifense, sua mudança para o Rio de Janeiro, a relação com seu pai e sua mãe, de quem herdou o habito de fumar, e que ele dizia não largar pois aquilo trazia a presença de sua amada genitora. Os amigos que pavimentaram junto com o artista as estradas que os levaram a momentos incríveis que estão registrados através do olhar sensível desse nordestino que era devoto da singeleza da vida.


Segundo Cafi, quem fotografou essa imagem foram os meninos, eles merecem o crédito. (Foto: Reprodução/EsquinaMusical).


Quem tiver a oportunidade de assistir ao filme vai conhecer um artista dedicado e muito prolífico, a todo momento ele estava fotografando, mesmo sem uma câmera na mão a mente não parava de trabalhar. Dialogo com amigos, depoimentos e declarações do próprio Cafi temperam e animam essa narrativa sensivelmente intensa. Contos da juventude, revelações, os amores de sua vida, segundo o próprio fotografo, ele se apaixonava todos os dias.

E o filme invade mais da sua vida e obra quando revela as fontes da onde o artista bebeu seu conhecimento e as que serviram de inspiração. Desde o teatro, passando por shows, balé e todas as expressões humanas o interessavam pois ele as contemplava com o olhar divino da arte.

 

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E tão belo quanto as fotografias de Cafi é a fotografia e as imagens que foram escolhidas a dedo e com o olhar Cafiniano para compor o filme, só mesmo com esse nível de detalhe seria possível trazer o significado do artista para o Brasil.    

Foto destaque: Cafi. Reprodução/R7entretenimento.

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