Estreia de Som da Liberdade desbanca A Freira 2 do topo em bilheteria

Nicolas Garrido Por Nicolas Garrido
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O filme “Som da Liberdade” estreou no Brasil na última terça-feira (19) e em seu primeiro final de semana já se tornou o filme de maior bilheteria no Brasil, superando “A Freira 2” ao arrecadar R$ 5,77 milhões. O longa, que vem causando polêmica nos Estados Unidos, conta com um sucesso doméstico no país norte-americano de US$ 180 milhões e US$ 214 milhões em bilheteria mundial.

Polêmica e viés político

O filme “Som de Liberdade” narra a história real de um agente do Departamento de Segurança Interna do governo estadunidense que resgata crianças vítimas de uma rede de exploração e tráfico infantil. No entanto, a Angel Studios, produtora do longa, foi acusada de associação com a QAnon, grupo conspiracionista americano de extrema-direita que, dentre outras convicções, acredita que o ex-presidente Donald Trump está tramando uma guerra secreta contra uma seita de pedófilos adoradores de Satanás pelo poder político nos EUA, acusando outros governantes do Partido Democrata, a imprensa e, principalmente, os progressistas de serem integrantes.

Isso fez com que o filme adquirisse um apelo político abraçado por grupos conservadores. A Angel Studios, em entrevista para a revista Time, negou a relação do filme com qualquer grupo ou ideologia política. 


Jim Caviezel em ação no longa “Som de Liberdade” (Foto: Reprodução/ Angel Studios)


A estratégia de divulgação do filme também anda causando controvérsia, já que a Angel Studios está adotando método de compra e doação de ingressos. A empresa afirma que a porcentagem de ingressos doados é mínima, porém imagens de sessões vazias estão circulando nas mídias virtuais.

Ainda assim, o fato do filme ter sido acolhido pelas causas e grupos conservadores, como citado anteriormente, ainda gera a adesão do público americano, já que figuras de direita já engajaram a obra, como o psicólogo e escritor de best-sellers Jordan Petersen, o comentarista político Ben Shapiro e o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que exibiu o filme em seu clube de golfe.

A polêmica no contexto brasileiro

Os grupos conservadores brasileiros também estão indo na direção dos grupos americanos. A Angel firmou uma parceria com o Brasil Paralelo, veículo de informação acusado de produzir documentários que introduzem vieses políticos convervadores para distorcer acontecimentos históricos, gerando negacionismo e teorias da conspiração infundadas. A parceria conta com um sistema de doação de ingressos aos assinantes do canal, que teriam direito a um ingresso gratuito para o filme. 

Os deputados Eduardo Bolsonaro, Carla Zambelli e Mario Frias compareceram à estreia do filme, equanto a senadora Damares Alves convocou a comunidade cristã a lotar as sessões do filme via rede social X, ex-Twitter.

Foto destaque: Banner de Som da Liberdade. Reprodução/ Angel Studios.

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