Negociações entre Sindicato dos Atores e estúdios é suspensa

Larissa Brito Por Larissa Brito
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Já dura cerca de 92 dias, a greve do Sindicato dos Atores (SAG-AFTRA) e aparentemente está longe de uma resolução. Segundo informações da Variety, as negociações entre o sindicato e os estúdios (representados pela Alliance of Motion Picture and Teleevision Producers, a AMPTP) foram suspensas depois da reunião que ocorreu na última quarta-feira (11).

A reunião

Sobre o encontro, o SAG-AFTRA divulgou um comunicado oficial, em que acusa os estúdios de usar “táticas de intimidação” e disse ainda que eles abandonaram as negociações sem considerar a última oferta apresentada pelo sindicato.

“É com profunda decepção que relatamos que os CEOs da indústria se retiraram da mesa de negociações após se recusarem a contra-argumentar nossa última oferta. Negociamos com eles de boa-fé, apesar do fato de que na semana passada eles apresentaram uma oferta que era, surpreendentemente, de valor inferior ao que propuseram antes do início da greve”, informaram.

A divergência principal entre eles reside na proposta do sindicato de compartilhar a receita de streaming, que é estimada em cerca de U$ 800 milhões por ano, pela AMPTP. Já a SAG-AFTRA argumenta que essa cifra foi inflada em torno de 60% e que sua proposta representaria um custo de apenas 57 centavos por assinante anualmente para as plataformas.

O sindicato deseja uma parte da receita de streaming para todas as produções cobertas pelo SAG-AFTRA, tanto feitas para streaming, mas também para filmes e programas de TV, licenciados de outras plataformas.


Um dos trechos do comunicado, divulgado pelo SAG-AFTRA. (Foto: Reprodução/Twitter/@sagaftra)


“As empresas estão usando a mesma estratégia fracassada que tentaram impor ao WGA, divulgando informações enganosas na tentativa de enganar nossos membros para que abandonem nossa solidariedade e coloquem pressão sobre nossos negociadores. Mas, assim como os roteiristas, nossos membros são mais inteligentes do que isso e não serão enganados”, informa outro trecho do comunicado.

A AMPTP emitiu uma nota com seu posicionamento: “Após conversas significativas, está claro que a diferença entre a AMPTP e o SAG-AFTRA é muito grande, e as conversas não estão mais nos levando em uma direção produtiva. Esperamos que o SAG-AFTRA reconsidere e retorne às negociações produtivas em breve”.

Essa paralisação da categoria se aproxima da duração da greve de 1980, que durou em torno de 95 dias.

A greve

Em 13 de julho, o SAG-AFTRA, sindicato dos atores de Hollywood, oficializou a greve, após algumas semanas de negociações infrutíferas com os estúdios. Um pouco antes de oficializar a greve, em junho o SAG-AFTRA, realizou uma votação em torno do tema com a participação de todos os membros e 98% dos atores sindicalizados votara a favor da greve.

Os atores de Hollywood não entram em greve desde 1980. A paralização barra as filmagens de alguns projetos que contam com intérpretes filiados ao SAG, como impede a participação desses atores em eventos de imprensa para filmes que já estão completos e a caminho das salas de cinemas.

Existia também uma pressão adicional por parte dos roteiristas, que deflagram greve em maio, porém chegaram a um acordo para revisão de contratos em outubro, com isso algumas produções já retomaram as atividades.

Os sindicatos não entravam em greve juntos desde 1960.

Foto Destaque: greve dos atores de Hollywood. Reprodução/Omelete/Nico Garófalo

Olá, sou Larissa! Estudante de Jornalismo e Letras, trilhando o caminho fascinante onde as letras se encontram com as notícias, exercendo o jornalismo em diversos outros portais online, mergulhando nas editorias como redatora em celebridades, música e TV/cinema com a missão de contar as narrativas que moldam o nosso mundo.
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