Estrela do perturbador “A Substância”, Margaret Qualley revelou que mergulhar na história do filme foi mais do que apenas um desafio profissional, teve também um impacto pessoal profundo. Em entrevista à revista Cosmopolitan, a atriz afirmou que o longa a ajudou a lidar com traumas antigos, inclusive aqueles enraizados em sua família por gerações.
Foi como entrar no olho do furacão. Senti que estava encarando não só minhas questões, mas também as da minha mãe e de outras mulheres da minha família”
disse Margaret Qualley.
Qualley descreveu a experiência como intensa e desconfortável, especialmente por interpretar uma versão artificialmente idealizada de uma mulher jovem. “Foi um pesadelo ser essa mulher-robô idílica. Ninguém realmente se sente assim. O filme está longe de ser um retrato da feminilidade, há muito mais masculinidade nele do que se imagina”, comentou, sugerindo que a narrativa também provoca reflexões sobre padrões de beleza e envelhecimento impostos às mulheres.
Laços criados dentro e fora da tela
Além do impacto emocional e psicológico do papel, Margaret destacou a conexão que construiu com sua parceira de cena, Demi Moore. No longa, Demi interpreta Elisabeth, uma celebridade em declínio que recorre a uma substância misteriosa capaz de clonar uma versão mais jovem e “aperfeiçoada” de si mesma: Sue, vivida por Margaret.
A relação entre as duas atrizes ultrapassou o set. “O que mais levo comigo desse trabalho é a Demi. Ela é forte e sábia, mas também incrivelmente sensível. Aprendi muito ao lado dela. Hoje posso dizer que ela se tornou uma das minhas amigas mais queridas”, afirmou emocionada.
Terror com crítica social
“The Substance” mistura elementos de horror corporal e ficção científica com uma crítica direta à obsessão pela juventude e à indústria da estética. A narrativa incômoda, somada às performances intensas, faz do filme uma experiência visual e emocional marcante, tanto para quem assiste quanto para quem esteve diante das câmeras.
Mesmo após as filmagens, a experiência de “A Substância” continua ecoando em Margaret Qualley, não só pelo impacto da história, mas pelas conexões que construiu e pelas camadas que conseguiu acessar dentro de si. Ao transformar dor em arte, ela não apenas deu vida a uma personagem complexa, mas também deu um passo importante na sua própria jornada pessoal.
