Sony desiste de derivados dos vilões do “Homem-Aranha” após fracassos

Decisões apressadas e promessas vazias afastaram os fãs das produções, que tiveram péssimas bilheterias

Por Joshua Diniz
4 min de leitura
Foto destaque: Após uma série de fracassos, Universo Sony de vilões finalmente foi encerrado (Reprodução/Sony Pictures/Marvel Studios)

A Sony parece ter decretado o fim de seu universo cinematográfico focado nos vilões do Homem-Aranha sem o amigão da vizinhança. Depois de fracassos consecutivos, incluindo “Kraven, o Caçador”, que está em cartaz desde a última quinta-feira (15/12), o estúdio decidiu dar um ponto final nos spin-offs sem a presença do herói. Segundo fontes da Variety e do The Wrap, a estratégia agora será focar seus esforços completamente nos filmes do Homem-Aranha em parceria com a Marvel Studios.

O fracasso do Universo Sony sem Homem-Aranha

Essa decisão é vista como uma resposta às críticas intensas dos fãs e aos resultados medíocres nas bilheterias. Apesar do sucesso de “Venom: A última rodada”, que arrecadou US$ 472 milhões mundialmente, filmes como “Morbius”, “Madame Teia” e o recente “Kraven” não conseguiram conquistar o público.

‘Kraven: O caçador’, estrelado por Aaron Taylor-Johnson, estreou no dia 12 de dezembro com previsões pessimistas de bilheteria. O filme arrecadou apenas US$ 11 milhões em seu fim de semana de estreia nos Estados Unidos, muito abaixo do esperado para um orçamento de mais de US$ 110 milhões. Colocando o longa como a pior estreia entre os derivados do universo aracnídeo.


Trailer de “Kraven: O caçador”, o atual fracasso da Sony nos cinemas (Vídeo: reprodução/Youtube/Sony Pictures Brasil)

Por que o Homem-Aranha ficou de fora

Um dos principais fatores para o fracasso da franquia de vilões foi a ausência do próprio Homem-Aranha. A Variety revelou que a Sony escolheu por conta própria, não incluir Tom Holland nesses filmes por acreditar que o público não aceitaria bem sua participação em produções fora do MCU. Essa ideia se firmou com o sucesso do multiverso em “Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa” e outras produções da Marvel Studios, como “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura”.

A situação foi ainda mais complicada em “Morbius”. Refilmagens de última hora reduziram a participação do Abutre, vivido por Michael Keaton, que passou de coadjuvante a uma mera aparição sem sentido na cena pós- créditos. Isso foi interpretado como uma tentativa frustrada de criar conexões com o universo principal da Marvel Studios.

Reavaliando a rota e futuro incerto

Com o fim desses projetos live-action, a Sony agora foca em produções mais seguras. Entre elas, estão “Homem-Aranha 4”, que deve trazer Tom Holland e Zendaya de volta, e a terceira parte da animação “Aranhaverso”, que segue como uma das maiores apostas do estúdio, mesmo que ainda não tenha data de estreia.

A decisão também não afeta a série live-action do “Aranha-Noir”, estrelada por Nicolas Cage. No entanto, filmes anunciados anteriormente, como o “El Muerto” com Bad Bunny, foram cancelados ou colocados em suspensão.


Madame Teia
Pôster de “Madame Teia”, um dos fracassos do Universo de Vilões da Sony (Foto: reprodução/Sony Pictures)

Sony aprendeu a lição

Para muitos analistas, o principal erro da Sony foi a total falta de planejamento e controle de qualidade. “Dá para sentir o cinismo a uma légua de distância”, disse um produtor veterano ouvido pelo The Wrap. Outro ponto de crítica foi a decisão de provocar os fãs com a presença do Homem-Aranha sem nunca entregá-la após diversos filmes, algo considerado “covarde” por eles.

Agora, o estúdio tem a chance de mudar sua rota e recuperar a confiança dos fãs, concentrando-se em contar histórias que realmente importem. Resta saber se a Sony aprenderá com seus erros e conseguirá reconquistar o respeito de quem acompanha as aventuras do Cabeça de Teia nas telonas.

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Redator das editorias de Cinema/TV, Música, Celebridades e Tech, um fã apaixonado de cultura pop e estudante de comunicação social na UNISUAM. (Email: joshuagabrieldeabreudiniz@gmail.com)
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