Uso de IA em “Emilia Pérez” e “O brutalista” causam polêmica no mundo do cinema

Revelação gera intriga e debates sobre uso da mais recente inovação tecnológica nas artes

Por Caio Guto
3 min de leitura
Foto Destaque: Protagonistas de “Emilia Pérez” e “O Brutalista” (Reprodução/Pathé/Lol Crawley/A24)

Nesta segunda-feira (20), o editor de produção de “O brutalista”, Dávid Jancsó, assumiu, em entrevista ao portal RedSharkNews, que fez uso de Inteligência Artificial durante duas ocasiões do longa. A revelação feita pelo ganhador do Globo de Ouro serviu de influência para outra produção confessar o mesmo. “Emilia Pérez”, outro filme vencedor da premiação ocorrida no início de janeiro, utilizou o programa ‘Respeecher’, para afinar a voz das personagens em algumas cenas.

Tecnologia auxiliou em aperfeiçoar detalhes presentes na obra

O produtor explica que o uso da tecnologia foi devido à necessidade de tornar o sotaque húngaro dos atores mais autêntico, visto que, para Jancsó, que é um falante nativo do idioma, certos sons podem ser difíceis de conseguir. Além disso, a ferramenta foi necessária para gerar desenhos de arquitetura, presentes no epílogo do longa.


Trailer de “O Brutalista” (Vídeo: reprodução/YouTube/@UniversalPicturesBRA)

Durante a entrevista, Dávid fez questão de usar a ocasião como quebra de tabu sobre o uso de IA no meio artistico em geral.

É controverso na indústria falar sobre IA, mas não deveria ser. Usamos IA para criar esses pequenos detalhes que não tínhamos dinheiro ou tempo para filmar.

Uso da Inteligência Artificial no mundo das artes

Os debates sobre a presença de IA, não apenas no cinema, mas em toda forma de arte no geral, não é algo de hoje em dia. Desde o aprimoramento da tecnologia, que estorou durante a época do pós-pandemia, no começo da década atual, já era de se observar diversos posicionamentos a respeito da ética em envolver a ferramenta em produções midiáticas. Isso sem contar a gama de produções lançadas décadas atrás, que alertavam sobre um futuro dominado pelas IAs, como em “Matrix (1999)” e “2001: A Space Odyssey (1968)”.


Cena do filme “Matrix” (Foto: reprodução/Warner Bros. Pictures/Max)

Enquanto um lado destaca as diversas facilidades e o aperfeiçoamento do modo de produção das obras que a inovação proporcionou, como visto na ocasião acima; outro lado critica a superficialidade e a precarização ocasionadas na prática de substituir o trabalho humano pelo artificial, gerando conflitos sobre os limites do uso das IAs no contexto artístico.

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Carioca da gema de 20 anos, atualmente sou graduando em Publicidade e Propaganda, almejando ainda cursar Jornalismo, após o término do curso atual. No geral, me considero uma pessoa criativa, com imensa paixão pela escrita, que se manifesta em diferentes formas, incluíndo principalmente músicas e poemas autorais. Dentro do âmbito jornalístico, o universo esportivo é uma das minhas grandes inspirações, sobretudo o nosso querido futebol. Além disso, sou também fascinado pelo mundo da música e dos videogames, que alimentam minha curiosidade e criatividade, ao mesmo tempo que me proporcionam momentos únicos.
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