De acordo com dados divulgados pelo IBGE, em setembro de 2021, cerca de 5% da população brasileira é surda e, parte dela usa a Libras como auxílio para comunicação. Esse número representa 10 milhões de brasileiros, entre eles, 2,7 milhões não ouvem nada. Por outro lado, apesar de uma grande porcentagem da população ter deficiência auditiva, o processo de inclusão não se é visto na prática, uma vez que, conforme os indicativos do SAS – Portal da Educação, apenas 37% desse público está inserido no mercado de trabalho
Hugo Giallanza, presidente da Brasil Startups, afirma que mais de seis milhões de pessoas com algum tipo de deficiência auditiva estão em situação de subemprego ou desempregadas. “Há muitas carências no que tange às pessoas com deficiência. Quando falamos de acessibilidade, na forma mais ampla da palavra, esquecemos de fomentar ferramentas e metodologias que possam diminuir a fricção das buscas e anseios desta população”, disse Hugo.
Ao comentar sobre o cenário que os deficientes auditivos estão inseridos, Giallanza diz que essa é uma grande oportunidade para empresas de empreendedorismo investirem em pessoas desse público. “Há uma oportunidade para startups e empresas inovadoras dispostas a receber esses profissionais, não apenas com o apoio a pautas de diversidade, mas também com a representação de uma visão que leve uma assimilação empática e mais representativa dos interesses deste público”, afirmou o presidente da Brasil Startups.
Deficientes auditivos. (Foto: Reprodução/ On Aparelhos auditivos)
Na opinião de Giallanza, o empreendedorismo pode ser um auxílio para os deficientes auditivos entrarem no mercado de trabalho. Além disso, ele destaca que existem diversas plataformas online com aulas sobre empreendedorismo. No entanto, faltam conteúdos que sejam ajustados para PCDs (Pessoas com Deficiência). “É importante que existam políticas de capacitação para essas pessoas”, diz Hugo.
Com o objetivo de ajudar a parcela da população que possui deficiência, o deputado federal, do Distrito Federal, Iolando Almeida (MDB), criou um projeto, em parceria com a Brasil Startups e a SDE (Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal). O investimento está oferecendo, de forma gratuita, 250 acessos gratuitos a cursos de capacitação empresarial com tradução em libras. O curso, possui ênfase nos deficientes auditivos.
De acordo com Hugo Giallanza, o projeto visa capacitar os deficientes e inseri-los no mercado de trabalho. O curso é destinado, majoritariamente, a alunos que estejam cadastrados na Secretaria da Pessoa com Deficiência do Distrito Federal.
Foto Destaque: Deficientes auditivos. Reprodução/ MassaNews