Plataformas internacionais são as novas queridinhas dos usuários de e-commerce

Yasmin Martins Por Yasmin Martins
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Nos últimos anos, o mercado de vendas online por plataformas estrangeiras cresceu muito no mundo inteiro. Dessa forma, após o governo anunciar o aumento da fiscalização de compras de importados na internet, uma onda de reclamações e preocupações surgiram nas redes sociais.

Segundo pesquisa do NIQ Ebit, em 2022, cerca de 72% dos usuários do e-commerce no Brasil compraram em sites internacionais, o que é um aumento expressivo comparado ao período pré-pandemia, quando eram 58%.

Essas escolhas mostram a velocidade com que plataformas de comércio asiáticos, principalmente, estão avançando. Sites como Aliexpress, de origem chinesa, e Shopee, de Cingapura, tiveram um alcance de 55% e 40%, respectivamente, entre os usuários no ano passado. A também chinesa Shein teve um crescimento de 21% para 36%, já a americana Amazon decaiu de 44% para 36%.


Sites da Shein, Aliexpress e Shopee. (Reprodução/Istoé Dinheiro)


Segundo Carlos Carvalho, CEO da Truppe, braço de negócio da consultoria Gouvêa Ecosystem, essas empresas em crescimento atingem uma camada da população muito grande, principalmente as classes C e D, com um tíquete médio mais barato, de até R$100. Isso apresenta um impacto significante para as empresas brasileiras, porque elas avançam onde as nacionais podem crescer. 

Dados levantados pela NIQ Ebit apontam que 43% dos consumidores gastaram entre R$101 e R$ 500 nesses sites ao longo de 2022. Com isso, as estrangeiras estão empenhadas em seguir crescendo. Shein e Shopee alugaram 193 mil metros quadrados em galpões de padrão elevado no Brasil, o equivalente a 27 campos de futebol, apontam os dados da consultoria SiiLa. Até o início de 2021, as gigantes asiáticas do e-commerce não tinham qualquer espaço localizado nos condomínios logísticos daqui, o que mostra a expansão dos negócios das companhias no país.

Estudo do Instituto de Desenvolvimento do Varejo (IDV) mostra que as plataformas de comércio eletrônico internacionais conseguiram um faturamento de  R$36,2 bilhões em 2021. Esse montante é equivalente a 16,5% da receita registrada pelo varejo digital no país há dois anos. 

Carvalho explica que considerando os preços baixos e o frete grátis, na maioria dos casos, nas mercadorias importadas e a ausência de tributação como fatores que dificultam a concorrência para o lado das empresas nacionais. Especialistas e entidades do setor apontam que a fiscalização do governo sobre os impostos é falha. O levantamento do IDV mostra que o Brasil, se não adotar medidas específicas, poderia ver a evasão fiscal vinda do varejo digital subir de 55 bilhões para 68 bilhões em 2022 para 76 bilhões a 99 bilhões em 2025.

Foto destaque: Aplicativos da Shopee, Shein e Aliexpress. (Reprodução/Getty Images/BBC)

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