Noite mágica: Abel Ferreira chora em campo após classificação do Palmeiras

Reação de Abel Ferreira chamou atenção nas arquibancadas e redes sociais; Palmeiras vence a LDU em virada histórica e se classifica para a final

31 out, 2025
Abel Ferreira na classificação do Palmeiras | Reprodução/Cesar Greco/Palmeiras
Abel Ferreira na classificação do Palmeiras | Reprodução/Cesar Greco/Palmeiras

O confronto entre Palmeiras e LDU, na quinta-feira (30), rendeu emoções desde o primeiro tempo. O Palmeiras precisava vencer com quatro gols de diferença para avançar à final da Copa Libertadores, após perder por 3 a 0 no jogo de ida, em Quito. Mas, à beira do campo, o técnico Abel Ferreira parecia fiel ao próprio mantra: “cabeça fria, coração quente”.

O técnico andava de um lado para o outro, braços cruzados, olhos no relógio. Permaneceu assim até o apito final, quando desabou em lágrimas no gramado após o alviverde vencer por 4 a 0 a LDU. A reação do comandante português emocionou comissão técnica, jogadores e torcedores. Abel havia prometido uma noite mágica — e foi exatamente o que aconteceu no Allianz Parque.

A emoção do treinador

Abel Ferreira manteve o padrão. Cobrou os árbitros, orientou os jogadores e ficou o tempo todo à beira do campo. Passou poucos segundos sentado no banco, ao lado dos auxiliares, mas conteve os ânimos mesmo quando os jogadores se exaltavam. “Acho que foi dos jogos em que menos emotivo eu estive. Não podia passar essa emoção pros nossos jogadores”, revelou.

Ele se segurou até o apito final, que confirmou a classificação do Palmeiras, da forma que havia prometido: em uma noite mágica.  Enquanto chorava pela classificação, foi abraçado por funcionários do clube e pelos atletas responsáveis pela vitória. Na coletiva após o jogo, falou sobre o momento em que desabou.

“Eu simplesmente desabei. Acho que estava com uma bola dentro, tudo pressionado aqui”, disse, apontando para o peito. Abel contou que ainda tem dificuldade em desfrutar das vitórias e que, todos os dias, sente a necessidade de provar que merece estar onde está. Mas a classificação daquela quinta-feira, admitiu, foi um alívio.


Noite mágica: Abel Ferreira chora em campo após classificação do Palmeiras
Abel Ferreira na comemoração da classificação do Palmeiras (Foto: reprodução/Cesar Greco/Palmeiras)


Conflito e redenção com a torcida

Três meses antes, Abel vivia um momento tenso com a torcida. Após a eliminação na Copa do Brasil diante do Corinthians, foi xingado por parte de uma organizada. Reconheceu a chateação e chegou a se questionar sobre renovar o contrato com o Verdão. O técnico comentou, na época, que sempre pediu apoio, mesmo nas fases difíceis. Ontem, depois da classificação, os torcedores retribuíram com aplausos e cânticos, lembrando os feitos e as promessas cumpridas.

Disse ainda que gosta de estar no clube, mas que não quer se prender apenas a um contrato — para ele, a palavra e o sentimento de pertencimento valem mais, “que seja eterno enquanto dure”. Durante a coletiva, a presidente do clube interrompeu o treinador para saudá-lo e reconhecer o impacto de seu trabalho. “Esse homem sabe o que faz. É o maior técnico da história do Palmeiras”, afirmou.

Em campo, os gols foram marcados por Ramón Sosa e Bruno Fuchs; no segundo tempo, Raphael Veiga, alvo de críticas recentes da torcida, fez os dois decisivos. A atuação do time já entra para a história como uma das mais memoráveis na corrida pelo tetracampeonato da Libertadores.

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