Em entrevista dada ao Globo Esporte, agora ex-treinador, Abel Braga anunciou a sua aposentadoria como técnico. Próximo dos 70 anos de idade, ele falou sobre o desgaste no número de jogos.
“Todo mundo reclama do número de jogos, que é muito grande. Não só o corpo, o mental também. Mas eu não estava aguentando mais esse número de viagens”.
Abel Braga levantando a sua penúltima taça (Foto: Mailson Santana/Fluminense)
Abel Braga chegou a cogitar a aposentadoria junto com o Fred, em 21 de julho, no aniversário do clube. Mas depois da sequência de 12 jogos vencendo, a eliminação na Libertadores e a má campanha na Copa Sul-Americana, o ambiente pesou e o treinador desistiu da ideia.
“Não deu. Não aguentei, estava muito pesado”.
Depois do título carioca sobre o Flamengo nessa temporada, Abel Braga se despediu do Fluminense em 28 de abril, e nesse dia, já tinha falado que não pretendia atuar como treinador no Brasil. Com essa decisão tomada, ele revelou que deseja continuar no futebol, mas agora como coordenador técnico.
“Não quero ser executivo, não quero ser diretor técnico, quero ser coordenador técnico. Não quero fazer negociações, por exemplo. Há uma diferença muito grande entre as funções. Eu posso colocar em prática tudo que aprendi. Quero dar respaldo para o técnico, para a comissão técnica e para os jogadores. Se o comportamento de um jogador não está condizente com aquilo que se espera dele, para quê o treinador vai lá se desgastar? Sou eu. Eu vivenciei isso um pouco com o Paulo Autuori no próprio Fluminense. Estava uma situação financeira muito crítica e vinham todo dia em mim. “Professor, não saiu o salário”… “Professor, não pagaram o bicho”… O Paulo chegou e não escutei mais nada daquilo. Fiquei leve. É exatamente aquilo. Eu sei o peso que tiraram de mim. Também sei o peso que posso tirar dos ombros de muitos treinadores. Vamos ver, a vida vai seguir”.
Foto destaque: Abel Braga em treino pelo Fluminense. Reprodução: Lucas Merçon/Fluminense FC