O Brasil ocupa, isoladamente, o primeiro lugar no mundo entre os países com mais manipulação de resultados em jogos em 2022. O relatório anual da Sportradar, empresa líder global no quesito de tecnologia esportiva, apontou esse resultado.
O ge teve acesso às primeiras informações do relatório acerca de corrupção de apostas e manipulação de resultados da unidade de serviços de integridade da empresa.
Além de ser líder no ranking de países com mais jogos suspeitos, não somente no ramo do futebol, o ano de 2022 deu ao Brasil um novo recorde de partidas duvidosas: 1.212. Um aumento de 34% em relação ao ano de 2021.
O jogo suspeito significa que aquele mostrou evidências claras de manipulação dos resultados ou com indícios críveis desta. A Sportradar afirma possui um “limite alto” para essa classificação.
Brasil é o líder no ranking mundial de jogos suspeitos de manipulação de resultado. Foto: reprodução/Getty Images
Mesmo com o crescimento, 99,5% dos eventos esportivos estão “livres de viciação de resultados”, segundo a empresa. Em nenhum esporte teve a taxa superior a 1% de ocorrências questionáveis.
As partidas duvidosas foram identificadas em 12 esportes e em 92 países de todo o mundo. Atualmente a empresa monitora 850 mil jogos de 70 esportes ao redor do mundo.
No ano passado, o Brasil foi o país que mais possuiu jogos suspeitos identificados, com 152 episódios, sendo 139 no esporte mais assistido, o Futebol (como foi revelado pelo ‘O Globo’ em fevereiro deste ano). Os 152 representam 12% do total mundial. O segundo lugar fica com a Rússia com 92.
A CBF informou através de uma nota ao ge que “trabalha permanentemente no combate à manipulação de resultados e é vítima desses criminosos”.
O top 10 desse ranking é composto pelos países: Brasil com 152, Rússia com 92, República Tcheca com 56, Cazaquistão com 43, China com 41, Grécia com 40, Argentina com 39, Filipinas com 37, Polônia com 36 e Tailândia com 35.
No ano passado, o esporte com o maior número de jogos suspeitos mundialmente foi o futebol com 775, ou 63,9% do total.
Essas partidas acontecem principalmente nas competições inferiores. Em 2022, mais da metade desses episódios ocorreram nas terceiras divisões nacionais de cada país ligas regionais.
Um outro esporte que aumento o número de casos foi o basquete que teve um crescimento de aproximadamente 250%. No Brasil, a Liga Nacional de Basquete se juntou a uma entidade criada especialmente para combater as manipulações dos resultados no país.
O continente com o maior número é a Europa com 630. Na sequência vem a Ásia com 240 e América do Sul com 225. O continente africano registrou o maior aumento percentual, com 82%.
As entidades esportivas e legisladores consideram a manipulação de resultado como um “arranjo intencional, ato ou omissão que visa uma alteração indevida do resultado, ou do curso de uma competição esportiva, para eliminar a totalidade ou parte da imprevisibilidade da referida competição, visando alguma vantagem indevida para si ou outra pessoa”.
No ano passado, o total de sanções esportivas ou criminais a suspeitos de trapaça ou desrespeito às leis foram 169, em 21 países diferentes, a partir dos serviços da Sportradar. No ano de 2021 foram 72 sanções.
Foto destaque: na Inglaterra, o mercado de apostas esportivas é forte. Reprodução/Getty Images