A edição 2022 do Mundial de atletismo se encerrou no último domingo (24) com chave de ouro. Primeiramente por Armand Duplantis (Suécia) que bateu o recorde mundial do salto com vara na última prova disputada. Antes mesmo deste feito, a competição já seria histórica por ser, pela primeira vez, no berço do atletismo americano em Eugene, nos EUA. Além disso, o torneiro foi extremamente marcante para a delegação brasileira, que alcançou ótimos resultados.
Encabeçados pelo título mundial de Alison dos Santos, o Piu, nos 400m com barreira e pela medalha de bronze de Letícia Oro Melo no salto em distância, dentre os 57 atletas brasileiros dez foram às finais, seis semifinais e 34 pontos anotados no ranking da World Athletics, ou seja, a maior e melhor pontuação brasileira na histórica, um verdadeiro recorde.
O ouro de Alison dos Santos era uma possibilidade, e até uma expectativa, desde antes do início da competição, mas já a medalha de bronze conquistada por Letícia foi a grande surpresa brasileira no Mundial. Isso porque após ter rompido o ligamento cruzado em dezembro de 2021, a atleta de 24 anos retomou poucos meses antes do torneio, sendo esta a primeira fora do território da América do Sul.
Chegando em Eugene sem grandes expectativas, Letícia garantiu uma vaga na final na última tentativa da fase eliminatória com somente a 12ª marca entre as classificadas. Na decisão, ela superou a sua melhor marca na carreira em 25cm, logo no primeiro salto e queimou os outros cinco, mas foi o suficiente para ficar com o 3º lugar.
Letícia Oro Melo conquista bronze no salto em distância no Mundial 2022. (Foto: Reprodução/GE)
Em comparação com a última edição, no Catar em 2019, o Brasil melhorou em todos os quesitos: pontos, finais e medalhas – já que não conquistou pódios naquela edição. Em termos de pontuação, os 34 realizados em Eugene-2022 são a melhor participação da história da delegação do Brasil num mundial da modalidade, superando Sevilha-1999 quando totalizou 26 pontos.
Em números totais de medalhas, foi também justamente na Espanha que o Brasil obteve o melhor desempenho com três: duas pratas – Claudinei Quirino nos 200m e Sanderlei Parrela nos 400m – e um bronze, no revezamento 4 x 100m; esta a única outra vez que o país conquistou mais de uma medalha numa única edição.
Após Eugene, o Brasil encerra com 2 ouros, 6 pratas e 6 bronzes na história dos Mundiais outdoor. Mas além das medalhas temos outros atletas em evolução e com resultados expressivos: Caio Bonfim – 6º colocado na marcha atlética de 20km e 7º na de 35km (recorde nacional), o mesmo de Viviane Lyra, que também bateu a melhor marca do país na marcha feminina de 35km. Já Vitória Rosa marcou seu nome na semifinal dos 200m rasos, batendo o recorde sul-americano com tempo de 22s47. E, Almir dos Santos chegou à final do salto triplo ficando com a 7ª colocação do mundo, depois de superar lesões e mudar de prova.
Agora falando de dois nomes conhecidos do publico brasileiro: Darlan Romani – (campeão mundial indoor em 2022) e Thiago Braz (campeão olímpico na Rio 2016 e bronze em Tóquio 2020) seguem na elite de suas respectivas provas, mas com a expectativa e o peso de conquistarem medalhas, não conseguiram chegar ao pódio, eles terminaram em 5º e 4º colocado, respectivamente.
Por fim, a nova formação do revezamento 4x100m masculino, com Derick silva, Erik Cardoso, Felipe Bardi e Rodrigo do Nascimento, também surpreendeu logo de cara, garantindo 001vaga na decisão e terminando em 7º lugar, mas prometendo mais e resultados melhores no futuro.
Foto Destaque: Alison dos Santos, o Piu, conquista ouro nos 400m com barreira no Mundial 2022. (Foto: Reprodução/GE)