Brasil joga menos do que principais seleções em Data FIFA e vê a Argentina travar seus planos pré-Copa

Luísa Cury Por Luísa Cury
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A tão esperada Data FIFA de junho pelo técnico Tite e sua comissão técnica chegou! Mas ela nem bem começou e já causa frustação na CBF, mesmo antes da bola rolar para os próximos amistosos contra a Coréia do Sul, em Seul e contra o Japão, em Tóquio, respectivamente na quinta (2) e segunda-feira (6).

Isso porque mesmo tendo a permissão de ficar com os seus jogadores convocados reunidos por pelo menos 16 dias – de segunda-feira (30) até o dia 14 de junho –, o Brasil fará somente dois jogos amistosos, bem menos se compararmos com outras das principais seleções do mundo.

Dentre as 20 primeiras colocadas no ranking da FIFA, apenas a Colômbia – que está fora da Copa do Catar e ainda sem um novo treinador desde a demissão de Reinaldo Rueda – disputará menos partidas que a seleção brasileira, somente uma. Por exemplo, os europeus, em sua maioria, terão pela frente quatro compromissos válidos pela Liga das Nações. Porém outras equipes de outros continentes, como é o caso do México e do nosso vizinho Uruguai, também conseguiram mais jogos: 3 e 5, respectivamente.  Na média as demais 19 seleções do top 20 farão 3,6 partidas nesta Data FIFA.

Inicialmente o Brasil tinha três compromissos agendados para essa janela de Data FIFA. Mas, em cima da hora, a Argentina desistiu do jogo amistoso que seria realizado em Melbourne (Austrália), no próximo dia 11. Os ingressos para a partida já estavam sendo vendidos e, inclusive, a CBF já tinha a logística de viagem toda programada.

Esta postura dos argentinos deixou Tite e os auxiliares, demais integrantes da comissão técnica, muito irritados. Para eles, pior do que não poder realizar o clássico foi ser avisado do cancelamento do mesmo sem tempo hábil para encontrar um novo adversário. A Confederação Brasileira de Futebol até chegou a procurar por outras equipes nacionais – sendo o Senegal sua preferida –, mas percebeu que o prazo para ajustar todas as questões burocráticas era muito apertado, então acabou desistindo. 

O jogo já estava anunciado pelo governo de Melbourne. Recebíamos informações de que eles [os argentinos] não iriam. Eu não sei porque não quiseram ir, era uma programação deles, queriam liberar os atletas antes. Mas tem contrato e agora vai dar uma briga judicial entre as empresas e a AFA (Associação de Futebol Argentino, na tradução – entidade responsável pelo futebol dos ‘Hermanos’). Já tinham mais de 50 mil ingressos vendidos. [Me] deu até gastrite [lidar com a AFA]”, disse Juninho Paulista (coordenador da Seleção Brasileira) na ocasião em entrevista, num tom descontraído. Sobre isso, ainda por conta do ocorrido, a CBF pretende cobrar uma indenização da Pitch, empresa organizadora do Superclássico contra a Argentina.


Jogadores de Brasil e Argentina à beira de campo na Neo Química Arena (SP), após a suspensão por agentes da Anvisa, em 5 de setembro de 2021; o jogo acabou cancelado. (Foto: Reprodução/GE) 


A bronca com os portenhos vai além dessa confusão de agora, pois começou bem antes disso por conta da indefinição sobre a realização do jogo das Eliminatórias – sim, aquele que foi suspenso após intervenção de agentes da Anvisa –. E o Brasil ainda não sabe como será sua próxima Data FIFA, em setembro, essa sim, a última antes do Mundial.

A FIFA, por sua vez, determinou que este duelo seja disputado em 22 de setembro, mas tanto a CBF como a AFA entrarão com um pedido liminar na Corte Arbitral do Esporte para que este clássico não seja realizado. Se a solicitação for aceita, a seleção canarinho terá maior liberdade para buscar adversários e pode ir atrás de amistosos contra as seleções africanas, por exemplo, Marrocos já enviou convite para uma partida. Já, se tiver esta obrigatoriedade desse confronto, a Seleção tentará, pelo menos, mandar o jogo em outro país – neste caso, bem provavelmente nos EUA. Com isso, fica mais fácil de encontrar rival para outro amistoso nesta mesma Data FIFA. Uma das possibilidades mais viáveis é o México.

Com o futuro incerto e já com a decisão tomada de que não fica após a Copa do Mundo ao final do ano, Tite procura aproveitar ao máximo o tempo presente. Embora mais curta do que previsto inicialmente, este período de concentração possui oito treinamentos para trabalhar e aprimorar o grupo.

 

Foto Destaque: Tite ao lado de Cleber Xavier Filho e Cesar Sampaio, integrantes da comissão técnica, durante treino do Brasil. (Foto: Reprodução/GE) 

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