Capitais brasileiras registram graves casos de violência contra atletas nos últimos 3 dias

Marlley Lourenço Por Marlley Lourenço
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Nos últimos três dias, entre quinta e sábado, o noticiário esportivo brasileiro viu suas manchetes irem para o noticiário policial. De Salvador a Curitiba, tradicionais clubes do país sofreram graves atentados praticados por torcedores. Foram registrados casos com explosivos, invasão de campo, danos a veículos e hospitalização de jogadores. Entre eles, Villasanti, do Grêmio, sofreu traumatismo craniano e concussão cerebral, após uma emboscada da torcida do Internacional na chegada ao Beira-Rio. O jogador passa bem.

Em Salvador, o ônibus do Bahia sofreu uma emboscada da torcida organizada “Bamor”, segundo o Batalhão Especializado em Policiamento de Eventos (BEPE), na quinta-feira (24). Os suspeitos, em dois veículos, atiraram artefatos explosivos e rojões em direção ao ônibus. A PM apreendeu os veículos na sede da organizada. Em depoimento, um dos suspeitos afirmou ter deixado seu carro na sede e seguido para o local do ataque, na Feira Santana.


Danilo Fernandes via instagram após o ataque. (Foto: Reprodução/Instagram)


O goleiro Danilo Fernandes teve um ferimento próximo ao olho e foi levado ao hospital. Ele passou a noite internado e foi liberado por volta das 19h de sexta-feira (25). Ao todo, foram 20 pontos recebidos pelo jogador devido às múltiplas lesões entre orelha, rosto e perna. O lateral-esquerdo Matheus Bahia também sofreu ferimentos que o tiraram da partida contra o Sampaio Corrêa pela Copa do Nordeste – disputada e vencida pelo Bahia mesmo após o ato de violência.

Em Recife, também na quinta-feira, o time do Náutico desembarcou no Aeroporto dos Guararapes sob protesto e ameaças de uma organizada do clube. Na sexta, a diretoria do clube divulgou imagens do estado de uma das vans que transportava os atletas com vidros quebrados. Ninguém se feriu desta vez. Em nota, o time de Pernambuco disse que “mesmo com a segurança reforçada e a presença da Polícia Militar, a van que transportava a delegação foi atacada e objetos lançados no veículo, quebrando a janela e, por pouco, não machucando algum passageiro de forma grave.”

No sábado, em Porto Alegre, o ônibus do Grêmio sofreu uma emboscada dos torcedores do Internacional na chegada ao Beira-Rio para o Gre-Nal. De acordo com a Brigada Militar, os agressores estavam escondidos na região e atacaram o veículo com pedras, mesmo com escolta da polícia. Eles tentaram fugir, mas dois homens foram identificados e apreendidos, disse a Secretaria de Segurança Pública.

Devido ao episódio, o clássico foi adiado pela Federação Gaúcha de Futebol (FGF) e terá uma nova data. O adiamento foi solicitado pelo Grêmio e apoiado pelo Inter. Após o episódio, o presidente tricolor, Ronildo Bolzan Júnior, disse:

“Não vamos jogar. Não nos sentimos seguros. Há um desequilíbrio técnico tremendo porque o jogador estava escalado para a partida. Tem vários jogadores que foram tomar banho, estão cheios de vidro. Não há condições técnicas e psicológicas para fazer a partida”.

Villasanti, volante do Grêmio, foi atingido no rosto por uma dos objetos atirados. O clube informou que ele sofreu traumatismo craniano, concussão cerebral, ferimentos no olho e no quadril. O jogador foi levado ao hospital e passa bem. Além dele, outros atletas tiveram escoriações, como Thiago Santos e Campaz, de acordo com Bolzan.


Volante Villasanti sendo levado ao hospital. (Foto: Reprodução/Lucas Uebel/Grêmio FBPA)


No mesmo dia, em Curitiba, torcedores do Paraná Clube invadiram o gramado para agredir os atletas. O episódio ocorreu aos 40 minutos do segundo tempo contra o União-PR, quando o tricolor paranaense estava perdendo por 3 a 1 e sendo rebaixado para a Série B do estadual. Os jogadores correram para os vestiários e não retornaram. A polícia conteve os agressores com bombas e balas de borracha.

No “Troca de Passes”, programa do Sportv, o comentarista Paulo Vinícius Coelho declarou:

“Os jogadores brasileiros têm que se juntar e fazer uma greve. Eles têm que parar, porque eles não têm segurança para trabalhar. É inacreditável o que está acontecendo”.

Foto destaque: Villasanti sendo colocado na ambulância. Reprodução/Lucas Uebel /Grêmio FBPA

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