Conflitos e divisões marcam o caminho do Flamengo na temporada

Alanis Zamengo Por Alanis Zamengo
6 min de leitura

Uma série de conflitos internos e divergências têm agitado o ambiente do Flamengo nos últimos meses, revelando fissuras no elenco e abalando a estabilidade do clube. Desde o início dessa fase conturbada, diversos episódios têm chamado a atenção.

A centelha inicial

Há aproximadamente três meses, a tranquilidade do Flamengo foi abalada quando as divergências entre jogadores se tornaram notórias para o público. A sucessão de eventos tumultuados tem sido acompanhada de perto pelos torcedores e pela mídia esportiva, deixando o Rubro Negro em um estado de incerteza constante.

Às vésperas do embate entre Flamengo e Fluminense pela Copa do Brasil, no final de maio, os primeiros indícios de divisão no elenco começaram a surgir. A divisão de grupos não é estranha no mundo do futebol, porém, no contexto do Flamengo, a falta de comunicação interna exacerbou o problema, gerando preocupações nos corredores do Ninho do Urubu.

Um sentimento de tensão pairou sobre o clube, com uma fonte mencionando “um clima de m…”, de acordo com o Globo Esporte. Gabigol, um dos maiores líderes do clube e capitão da equipe, tentou minimizar a situação após a classificação na Copa do Brasil. O atacante descartou a existência de uma crise e apelidou a situação de “Big Brother Flamengo”, ressaltando que o clube é um grande time com jogadores focados em seus sonhos e no sucesso da equipe.


Jogadores do Flamengo em campo. (Foto: reprodução/André Durão)


Desavenças e agitação

Desde então, uma série de eventos tumultuados veio à tona, criando um cenário conturbado. Em torno de um mês depois, houve outra discussão, dessa vez entre Gabigol e Marcos Braz, vice de futebol, no intervalo do jogo contra o Fortaleza pelo Campeonato Brasileiro. A discussão começou pelas reclamações e críticas do camisa 10 em relação ao gramado do Maracanã. Após o evento, o jogador foi suspenso de um jogo e multado por indisciplina.

Cerca de 20 dias depois, aconteceu outra confusão: a partida entre Flamengo e Atlético-MG, pelo Brasileirão, será lembrada pela agressão de Pablo Fernández, preparador físico do clube até então, contra Pedro. O motivo foi a recusa do jogador em fazer o aquecimento durante o jogo. O caso foi parar na delegacia de Belo Horizonte, com o depoimento de Pedro e de alguns jogadores que testemunharam a situação.

Após o acontecimento, o camisa 9 não compareceu ao treino para o treino seguinte e foi multado por indisciplina e suspenso do jogo contra o Olimpia, pela Libertadores. Sampaoli permaneceu no cargo, enquanto o membro de sua comissão técnica que praticou a agressão pediu demissão dias depois do caso em BH.

Na última terça-feira (15), ocorreu mais uma agressão para o histórico do Flamengo: depois de alguns desentendimentos durante o treino no Ninho do Urubu, Gerson deu socos em Varela, que teve seu nariz fraturado.

Reuniões necessárias

As consequências desses conflitos têm sido graves, levando o clube a uma situação de extrema necessidade de reflexão e mudança. Jogadores como Filipe Luís e líderes do elenco convocaram uma reunião afim de cobrar uma transformação de comportamento por parte da equipe e reafirmar o compromisso do Flamengo.

Mais tarde, outra reunião, mas com o técnico Sampaoli, o diretor executivo Bruno Spindel e alguns jogadores como Gabigol, Rodrigo Caio, Filipe Luís e Everton Ribeiro.

Ao todo, são quase 90 dias de episódios turbulentos internos no Flamengo, que em questões de jogo, não está vivendo uma boa temporada, visto que foi eliminado da Supercopa, Mundial, Recopa, Carioca e Libertadores. Ainda assim, nesta quarta-feira (16), o Rubro Negro disputa vaga na final da Copa do Brasil contra o Grêmio, no Maracanã, às 21h30 (horário de Brasília).


Jorge Sampaoli pedindo respeito pela bola em treino do Flamengo (Foto: reprodução/Marcelos Cortes/Flamengo)


Conflitos passados

Os corredores do Flamengo já testemunharam episódios de indisciplina que deixaram suas marcas no clube. Ao longo dos anos, alguns jogadores encontraram-se em situações delicadas.

Em fevereiro, Vidal cometeu duas faltas graves e enfrentou consequências. Durante uma transmissão ao vivo, o jogador provocou uma polêmica ao afirmar que “se o Colo Colo quisesse ser campeão da Libertadores, teria de buscá-lo no Rio”. Mais tarde, após uma vitória sobre o Boavista, ele lançou suas chuteiras no gramado, expressando sua frustração por não ter sido escalado.

Maio trouxe outro caso: Marinho se recusou a viajar para um confronto contra o Ñublense, no Chile, pela Libertadores. Alegando dores, ele desafiou a ordem do treinador Sampaoli, que havia instruído todos os atletas a viajarem, mesmo os em recuperação. A decisão de Marinho resultou em multa e seu afastamento do elenco. Embora posteriormente reintegrado, ele acabou sendo negociado com o Fortaleza logo em seguida.

Com uma temporada recheada de decepções, incluindo cinco eliminações, o Flamengo enfrenta um dos momentos mais delicados de sua história.

 

Foto Destaque: Time do Flamengo no Mundial de Clubes de 2022. Reprodução/Divulgação/Flamengo.

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