Das 129 pessoas escolhidas pela FIFA para atuar como árbitros, assistentes e árbitros de vídeo na Copa do Mundo do Catar, seis são mulheres. É a primeira vez que uma Copa do Mundo masculina tem mulheres na equipe de arbitragem. O chefe de arbitragem na FIFA afirma que elas não foram chamadas por conta de gênero.
“É uma honra poder estar aqui, porque nunca aconteceu antes. Mas também quero dizer que estamos muito preparadas, não estamos aqui porque recebemos algum tipo de favor”, declarou Salima Rhadia Mukansanga, de 34 anos, nascida em Ruanda, antes de iniciar um treino com os demais árbitros num estádio no centro de Doha.
Neuza Inês Back, brasileira, está entre as mulheres escolhidas pela FIFA. (Reprodução/Twitter)
Ex-jogadora amadora, Salima Rhadia ainda era uma adolescente quando viu um anúncio de um curso de arbitragem em seu país. Mas o interesse não foi suficiente, e a jovem resolveu estudar as regras do jogo por conta própria. Quando teve a oportunidade, evoluiu rapidamente e, em poucos anos, apitou o Mundial Feminino e a Olimpíada de Tóquio.
Na tarde de ontem (17), a árbitra de 34 anos foi a mais veloz em teste físico entre todos os árbitros, podendo aparecer na escala de arbitragem já na primeira rodada da Copa, que se inicia nesse domingo com Catar e Equador.
Além de Salima, estão no Catar uma brasileira, Neuza Inês Back, e mais outras quatro profissionais: Karen Diaz Medina (México), Yoshimi Yamashita (Japão), Stephanie Frappart (França) e Kathryn Nesbitt (Estados Unidos).
Em entrevista ao GE, o chefe de comissão de arbitragem da FIFA, Pierluigi Colina comentou um pouco sobre o número de árbitras nesta edição da Copa: “Nós achamos que este era o número correto. Se houvesse 20, você me perguntaria porque não há 21 ou 19. Não existe uma cota, uma proporção, nós simplesmente achamos que este era o número certo e escolhemos.”
O árbitro da final da Copa do Mundo de 2002 ainda disse: “Quando elas chegaram aqui [ao Catar], nós dissemos para elas: Vocês não estão aqui porque são mulheres, estão aqui porque são árbitras. E elas estão prontas para trabalhar em qualquer jogo. Serão avaliadas de acordo com sua performance nos treinos e por critérios técnicos.”
A americana Kathryn Nesbitt também declarou que não esperava sentir nenhuma pressão diferente por atuar num país como o Catar: “É um grande passo para nós, sem dúvida, poder estar aqui e representar as mulheres. Nós já estamos acostumadas a atuar em jogos masculinos nos nossos países, então a pressão é normal para nós”, declarou.
Foto Destaque: Neuza Inês Back, escalada para a Copa do Mundo no Catar. (Reprodução/Twitter)