O Superior Tribunal de Justiça Desportiva julgou na última quinta-feira (1), os atletas envolvidos na Operação Penalidade Máxima, que teve como finalidade combater o esquema de apostas e manipulação de jogos nas principais ligas do Brasil.
Entre os atletas julgados pelo STJD está Eduardo Bauermann, o zagueiro teve como pena 12 jogos de suspensão. Acompanhado de sua esposa e de seu advogado de defesa, Rogério Pastl, Bauermann foi o único jogador que permaneceu até o final do julgamento, após a decisão final, o jogador se emocionou.
Para Bauermann foram definidos 6 jogos para cada partida que ele se envolveu na manipulação, ou seja, 12 jogos. Ele teve envolvimento em dois jogos, o primeiro diante do Avaí e o segundo contra o Botafogo, pelo Brasileirão de 2022. Entre os jogadores envolvidos no esquema, só Igor Cariús, teve a pena mais branda que Bauermann, o lateral do Sport foi absolvido.
Bauermann pega 12 jogos de suspensão no STJD (Reprodução/UOL/Igor Siqueira)
Os advogados dos jogadores trabalhavam em uma tese comum, mesmo que a situação de seus respectivos clientes fossem diferentes. Segundo eles a falta de qualidade nas provas entregues pelo Ministério público de Goiás a justiça desportiva se caracterizaram como insuficientes para influenciar no julgamento
“Eduardo atuou deliberadamente para prejudicar a sua equipe? Atuou de forma contrária à ética desportiva para influenciar no resultado da partida, prova ou equivalente? Deu ou prometeu vantagem ilícita ou indevida a alguém? A resposta é não”. Falou o advogado de Bauermann, Rogério Pastl, no plenário, citando trechos dos artigos 243 e 243-A da denúncia da Procuradoria.
Foram três embasamentos do zagueiro usados em sua defesa, a ameaça que vinha sofrendo após não tomar cartão vermelho na partida contra o Avaí. Já na sua expulsão contra o Botafogo, ele alega que forçou expulsão para se poupar fisicamente, visto que o atleta estava em recuperação de uma lesão no pé, naquela altura do campeonato brasileiro, o Santos apenas estava cumprindo tabela. Uma foto da lesão no pé de Bauermann foi anexada nas provas de defesa.
“O Eduardo não agiu como havia sido proposto pelo quadrilheiro. ‘Toma um cartão amarelo’, e qual foi o resultado disso: melhor em campo e nenhuma falta. Nesse jogo ele estava contratado para tomar amarelo, e não tomou nenhum”, disse o advogado.
A dificuldade em dizer não: “Ele (Bauermann) veio aqui e disse para os senhores: ‘Olha, eu não sou de dizer não. Eu faço tratamento para isso, porque não consigo dizer não para as pessoas’. Ele não soube dizer não, esse foi o delito.”
“Ele foi convencido a aceitar os valores por uma pessoa de confiança dele. Luiz Taveira era um co-empresário dele, que trouxe a ele essa ‘oferta’”, falou a defesa do atleta.
Ao ‘Superesportes’, o empresário Luiz Taveira chamou o advogado e Bauermann de “covarde e mentiroso”, por tentar transferir a culpa.
Penas impostas pelo STJD:
Eduardo Bauermann (Santos): 12 jogos de suspensão
Igor Cariús (Sport): Absolvido
Fernando Neto (São Bernardo): 380 dias e R$ 15 mil
Kevin Lomónaco (Bragantino): 380 dias e R$ 25 mil
Moraes (Aparecidense-GO): 760 dias e R$ 55 mil
Paulo Miranda (sem clube): 1.000 dias e R$ 70 mil
Matheus Gomes (sem clube): banimento e R$ 10 mil
Gabriel Tota (Ypiranga-RS): banimento e R$ 30 mil
Foto Destaque: Zagueiro do Santos, Eduardo Bauermann, recebe pena de 12 jogos no STJD. Reprodução/Instagram/@eduardobauermann
