Nesta sexta-feira (8), um tribunal na Suíça absolveu os ex-presidentes da FIFA e da UEFA, Joseph Blatter e Michel Platini, respectivamente, em um processo de corrupção envolvendo um pagamento de 2 milhões de francos suíços (quase R$11 milhões) do alemão ao francês.
O suposto pagamento de Blatter a Platini veio à tona em 2015, depois que o Departamento de Justiça dos EUA começou uma investigação sobre suborno, fraude e lavagem de dinheiro na FIFA. Promotores suíços então deram início a um caso de cooperação em separado, que levou a uma investigação.
Platini atuou como consultor técnico da FIFA com um salário anual de 300 mil francos suíços (R$1,6 milhões) entre 1998 e 2002. Blatter disse, na época, que este era o teto que a entidade máxima do futebol poderia pagar, devido a dificuldades financeiras. O restante do salário de Platini seria liquidado posteriormente.
O Ministério Público alegou que Platini “apresentou à FIFA em 2011 uma fatura supostamente fictícia que uma [suposta] dívida ainda existente por sua atividade como consultor da entidade durante os 4 anos”. Já Blatter afirmou que o pagamento de 2 milhões de francos foi um “acordo de cavalheiros” entre eles por serviços prestados. No entanto promotores alegaram que o acordo verbal para os serviços de consultoria de Platini era uma “invenção” e que nunca existiu.
Uma juíza do caso disse que o acordo parecia plausível, dado o valor de mercado. A magistrada afirmou quer também era plausível que Platini não precisasse do dinheiro imediatamente e que tenha esperado até 2010 para receber a verba.
Joseph Blatter e Michel Platini se cumprimentam em evento. (Foto: Reprodução/MZ News)
Platini, por outro lado, afirma que o incidente foi inventado para impedir sua candidatura à presidência da FIFA em 2015. “Neste caso, há culpados que não compareceram durante este julgamento. Deixe-os comigo, nos encontremos novamente”, disse o ex-jogador francês em um comunicado distribuído por seu advogado. “Não vou desistir e vou até o fim em busca pela verdade”. Realmente, o escândalo acabou com as ambições do ex-astro francês de assumir a presidência da FIFA, e ainda o levou a renunciar à presidência da UEFA. “Minha luta é uma luta contra a injustiça. Ganhei um primeiro jogo”, disse em comunicado.
O Tribunal Penal Federal, localizado na cidade de Bellinzona, não seguiu o pedido do Ministério Público que era de 20 meses (1 ano e oito meses) de prisão, além de uma suspensão condicional para ambos. Os dois ex-dirigentes do futebol se declaram inocentes durante o julgamento, que ocorreu de 8 a 22 de junho.
“Quero expressar minha felicidade a todos os meus entes queridos por a justiça finalmente ter sido feita, após sete anos de mentiras e manipulação”, acrescentou Platini – que foi banido do futebol em 2015, junto com Blatter, por um tempo inicial de oito anos devido as acusações. Mas a pena foi posteriormente reduzida. “Sempre disse que minha consciência está limpa”, disse Blatter aos repórteres. “Naturalmente ninguém é perfeito, mas no caso do meu trabalho, 44 asnos trabalhando na FIFA, para mim é muito importante que este caso tenha sido resolvido no mais alto nível suíço”, acrescentou o ex-dirigente de 86 anos.
Foto Destaque: A esquerda Michel Platini e, a direita, Joseph Blatter. (Foto: Reprodução/G1)