FIFA abole prescrição disciplinar em casos de agressão sexual

Michel Antunes Por Michel Antunes
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A Fifa tomou a atitude pela abolição de prescrever crimes de agressão sexual nos processos disciplinares após o prazo de 10 anos. A iniciativa foi tomada a partir do novo código de ética da instituição, instaurado desde ontem, quarta-feira (1).

Infelizmente para os fãs de futebol, o cenário do esporte tem sido tomado por recentes casos de agressão sexual ou similares e o assunto não pode mais ser deixado de lado. A maior entidade do futebol pensa dessa maneira ao tomar a atitude pelo fim da prescrição de casos como esse, assim mais vítimas poderão ter a justiça que merecem.

Na vida dos jogadores de futebol, sabemos que não faltam regalias e o semtimento constante de poder em tudo que os cerca. Seriam os gladiadores da era moderna, elevados ao panteão dos deuses em seus momentos de glória. Mas um lado obscuro da profissão e da vida de ostentação de carrões e mansões também existe.

Não são poucos os casos de jogadores em meio a polêmicas e acusações de agressões contra a mulher. Nem sempre sabemos de todos os casos, mas recentemente alguns têm sido divulgados e não apenas param no quesito acusação, alguns deles vão além por se comprovarem verídicos.

No último ano novo, o jogador da Seleção Brasileira Daniel Alves foi acusado de estupro contra uma jovem na Espanha. No momento, o brasileiro se encontra preso no país e a juíza recentemente declarou ter provas suficientes para a sentença de culpado do atleta.

Outro caso de abuso recente foi o do lateral francês Mendy, pertencente ao clube Manchester City da Inglaterra. Chegando a ser detido em agosto do ano passado e solto em seguida sob fiança, o jogador foi acusado de nove crimes sexuais, dos quais sete já foi inocentado. No momento segue aguardando a conclusão dos outros dois.

O também brasileiro, Robinho, famoso por jogar em times como Manchester City e Real Madrid nos anos 2000, foi condenado na Itália. Sendo considerado culpado em um caso de estupro de uma jovem albanesa numa boate de Milão, o jogador reside atualmente em Santos no estado de São Paulo e não pode deixar o Brasil por risco de prisão.


Robinho Milan

O caso ocorreu em 2013, quando Robinho atuava pelo Milan. (Foto: Reprodução/Metrópoles)


No intuito de “reforçar a integridade no futebol”, a Fifa também dá suporte para as vítimas auxiliarem mais nestes casos disciplinares, tendo a possibilidade de serem informadas da decisão e recorrerem.

O novo código de ética também prevê que as federações nacionais e as confederações informem à Fifa “todas as decisões tomadas em matéria de abusos sexuais e de manipulação de jogos”.

“As mudanças buscam principalmente melhorar a proteção de algumas partes nos processos levados aos órgãos jurisdicionais da Fifa, dotando a entidade de instrumentos suplementares na luta contra os métodos e práticas ilegais, imorais ou contrárias à ética”, relata a federação internacional no comunicado.

O texto anterior previa uma prescrição após dez anos para as infrações ligadas à “proteção da integridade física e moral”, incluindo agressões sexuais e abuso. Tal prescrição teria a brecha para ser interrompida em caso de abertura formal de um processo penal contra o acusado.

 

Foto Destaque: Fachada da sede da Fifa na Suíça. Reprodução/GE

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