Gio Queiroz, atualmente atleta do Levante emprestada pelo Barcelona, publicou nas suas redes sociais nesta tarde uma carta aberta ao Presidente do clube catalão, Joan Laporta, abordando a denúncia de comportamentos abusivos no tratamento a respeito de convocação para a seleção brasileira por parte do time. “Primeiro recebi indicações de que jogar pela seleção brasileira não seria o melhor para o meu futuro dentro do clube. Apesar do desagradável e persistente assédio, não dei muita importância e atenção ao assunto”, escreveu a atleta quando começou a relatar as primeiras persuasões.
A jogadora de 18 anos, conta que após o episódio inicial, os abusos foram feitos por outros tipos de ataques, com mecanismos de pressão dentro e fora do clube. O objetivo era, segundo Gio Queiroz, encurralá-la “de forma abusiva para que ela desistisse de defender a seleção brasileira”.
Segundo a apuração do Globo Esporte, há participação dos dirigentes do clube nesses ataques, além de diversos elementos que não chegaram a ser colocados na carta aberta pela atleta. Muitas ações foram feitas para a jogadora não defender a seleção que optou. Ainda, a Confederação Brasileira de Futebol, não tinha o conhecimento do caso. E de acordo com o Barcelona, o clube não irá fazer comunicado, pois tanto compliance da Fifa quanto da equipe não encontraram atitude errada do time, por isso não seguiram em frente com a denúncia.
<blockquote class=”twitter-tweet”><p lang=”und” dir=”ltr”><a href=”https://t.co/TtCP2DQiey”>pic.twitter.com/TtCP2DQiey</a></p>— Gio (@gio9queiroz) <a href=”https://twitter.com/gio9queiroz/status/1508764006818926593?ref_src=twsrc%5Etfw”>March 29, 2022</a></blockquote> <script async src=”https://platform.twitter.com/widgets.js” charset=”utf-8″></script>
Atleta publica carta aberta ao Barcelona. (Reprodução: Divulgação/Twitter)
Além do assédio moral e psicológico, Gio Queiroz fala que foi confinada ilegalmente pelos serviços médicos do clube, pois segundo alegação, em fevereiro de 2021 ela tinha tido contato com alguma pessoa infectada com a doença. Por causa dessa quarentena, a jogadora não viajou para a final da Copa da Rainha, mas após o período de isolamento, foi com o time para os Estados Unidos. Queiroz conversou com um diretor do clube, após a viagem e afirma que foi “acusada de ter cometido uma grave indisciplina e que, por isso, seria afastada da equipe e sofreria grandes consequências”.
Nessa conversa, ameaças foram feitas a ela por esse “diretor do clube”. “Foram situações humilhantes e vergonhosas durante meses dentro do clube. Ficou claro que ele queria destruir minha reputação, minar minha autoestima, degradar minhas condições de trabalho, e subestimar minhas condições psicológicas. (…). Certamente ele agiu com o sentimento de impunidade, que teve a proteção de sua posição dentro do Barcelona”, narra a atleta em seu Twitter.
Gio Queiroz ainda diz que o responsável por isso não é o clube, e sim o diretor, que preferiu não dar o nome. Vale lembrar que a promessa do futebol feminino tem nacionalidade brasileira, espanhola e americana, onde jogou em categorias de base dessas seleções, mas escolheu a primeira para representar.
Foto destaque: Reprodução (Richard Callis/SPP/CBF)