Haile Gebrselassie, bicampeão olímpico e tetracampeão mundial dos 10.000 metros anunciou, nesta quarta-feira (24), que pretende se juntar à luta armada contra as forças rebeldes do seu país, a Etiópia. Considerado um herói na sua terra natal, o ex-atleta de 48 anos revelou, em entrevista à Agência Reuters, que o seu país e todo o continente africano estão sob ameaça desde o início da Guerra do Tigré, em novembro de 2020.
“O que você faria quando a existência de um país estivesse em jogo? Você tem que largar tudo sinto muito! Você espera que eu diga até a morte? Sim, esse é o preço final em uma guerra. Não há como eu sentar aqui devido ao medo, porque ele vai bater à minha porta um dia. Não sabemos quando isso vai acontecer. Não saberíamos quem vai fazer o quê”, disse o ex-fundista.
Halie Gebrselassie durante prova disputada em Manchester. (Foto: Reprodução/Terra)
O conflito que há um ano envolve o governo atual e a Frente de Libertação do Povo Tigré, já expulsou mais de duas milhões de pessoas de suas casas e deixou 400 mil habitantes da região do chifre africano à beira da fome. A situação escalou acentuadamente após ameaças das forças rebeldes de invadir a capital Adis Abeba, levando a esforços internacionais para conseguir um cessar-fogo.
A mídia afiliada ao governo informou, nesta quarta-feira (24), que o primeiro-ministro Abi Ahmed liderou a guerra contra os rebeldes. A entrada de Ahmed motivou Haile Gebrselassie a se prontificar a ajudar a defesa nacional.
“A Etiópia é um país que muito contribuiu para a África e para a entrada no continente. Sim, é um país exemplar. Quando a Etiópia está ameaçada, o resto do continente também está”, concluiu o atleta.
Foto destaque: Haile Gebrselassie representando a Etiópia nas olimpíadas de Sidney 2004. Reprodução/COI