Holanda cai em pé diante da argentina enquanto seleção do Brasil se ajoelha para disciplina tática da Croácia 

Pablo Alves Por Pablo Alves
12 min de leitura

Em mais um dia de grandes histórias nessa Copa do Mundo, realizada no Catar, o Brasil foi um dos protagonistas delas, ou coadjuvante de luxo, podem preferir outros. A verdade é que num dia onde aconteceram dois grandes jogos, a seleção canarinho saiu de campo eliminado, após sua partida contra a Croácia.

O segundo encontro da tarde foi entre, Holanda e Argentina, que fizeram um jogo digno de quartas de final, numa Copa do Mundo. Não que o jogo do Brasil não tenha sido bom, só não foi bom o suficiente para fazer a seleção avançar para a próxima fase, deixando na boca dos brasileiros o gosto de decepção, engano e a certeza do fim de uma era, conhecida como Tite.

A verdade é que o complexo de superioridade, ontem, fez hora extra na zaga do time do técnico Tite, que assistiu de um ângulo privilegiado, o gol de empate da Croácia, até o narrador da Globo via que era uma questão de tempo. É bom lembrar que o Brasil em jogadas anteriores já havia sofrido pressão dos croatas, desde o primeiro tempo. 

Uma das coisas que mais se falou durante todo período copa, foi sobre a experiência dos jogadores do Brasil, muitos desse clã pertenciam a defesa, mas ontem o que se viu foi uma zaga incapaz de se proteger dos ataque dos jogadores croatas, que tinham definição, aplicação e disciplina tática para encarar a partida.

O primeiro tempo começou mostrando que não seria fácil passar pelo goleiro do país costeiro ao Mar Adriático, logo no início o arqueiro fez uma defesa fácil num bom chute de Vinícius Jr., alguns pessimistas ficaram preocupados com a capacidade do Brasil ser objetivo nas finalizações, visto a quantidade de gols perdidos no jogo das oitavas.


Não foi o dia do pombo bater as suas asas, apesar de discreto atuação do camisa 10 croata foi suficiente para sua seleção. (Foto: Reprodução/ FalaUniversidades).


Logo na frente o time do Brasil tomou um susto depois de cruzamento que passou por todo mundo na pequena área brasileira, isso mostrou a vulnerabilidade da zaga de nossa seleção, logo aos 12 minutos de jogo a Croácia poderia ter feito 1 a 0 contra o time brasileiro.

Perto dos 20 minutos, em jogada de Vinícius Jr., tabelada com Richarlison, terminou em outra finalização de víni. jr., que a zaga da Croácia neutralizou com a mesma facilidade que o goleiro agarrou o chute do camisa 20 brasileiro, aos 3. Até o final da primeira etapa, todos tentaram vazar o gol da seleção croata, Lucas Paquetá, Casimiro, Neymar, que não economizou nas tentativas chutando ou batendo falta. 

 O segundo tempo começou com uma bobeira dos zagueiros do país dos Balcãs e, numa tentativa de afastar cruzamento do camisa 14 do Brasil, Eder Militão, virou fogo amigo, logo apagado pelo goleiro croata, que fez questão de tranquilizar o amigo de time. Apareceu mais uma oportunidade para os jogadores brasileiros, também desperdiçada.  

Tudo isso no segundo tempo, onde o Brasil melhorou, teve mais atitudes, agrediu, mas não foi o suficiente para gerar o primeiro gol. Até o final do período complementar o Brasil não conseguiu balançar as redes da Croácia. Fora de campo, Tite, fazia o que podia, tirou o melhor jogador da seleção na copa (Vinícius Jr.), colocou Antony e, nada adiantou, o time brasileiro não tirou o zero do placar.


A zaga da seleção levou alguns sustos durante toda a partida das quartas de final. (Foto: Reprodução/ AgendadoPoder).


Prorrogação

Depois de jogada de ataque brasileira, o time da Croácia deu o troco num contra-ataque aos 12 minutos da prorrogação, levando a torcida do Brasil a sentir um gelo na barriga por causa do surto, por sorte o atleta croata finalizou mal, a bola saiu por cima do gol. Nos acréscimos do primeiro tempo da prorrogação o Brasil achou o caminho para o fundo das redes do time Balcã. Neymar deu início a jogada na intermediaria tabelando com Rodrigo e depois com Paquetá, que devolveu na frente, e o camisa dez canarinho aproveitou. Isso gerou o belíssimo gol de Neymar, vale ressaltar que não foi um gol fácil, o jogador precisou brigar, dar canelada e trombar com o zagueiro dentro da pequena área para conseguir finalizar e arrematar num golaço. Para muitos aquela era era hora de fechar a caixinha e segurar o resultado.

Aquele gol no final da primeira etapa da prorrogação para os supersticiosos queria dizer alguma coisa, até porque o jogo não estava tão fácil quanto muitos previram. A dificuldade para finalizar no gol, todo expertise usado por Neymar para conseguir finalizar, a jogada linda que acabou em um gol que exigiu força e precisão daqueles que participaram e, a forma como os zagueiros brasileiros aceitavam o jogo mostrava alguma coisa.

 

15 Minutos Finais

O que se viu daí em diante foi um jogo intenso, com a seleção dominando mas sem o desfecho do gol. Nessa hora a torcida sentiu que algumas escolhas do técnico brasileiro pudessem pesar mais na frente, principalmente quando ele tirou o pombo Richarlison para entrada de Pedro, atacante do Flamengo, será que não caberiam os dois dentro de campo. Aquela altura tirar vinicius Jr, também parecia um erro, quem bateria o pênalti em seu lugar.

Até que faltando apenas cinco minutos para Galvão Bueno e Cia festejarem a classificação do Brasil para as semi-finais, na tela da Global, e ele gritar a celebre frase “que venha Argentina, ou Holanda, a boca de Galvão profetizou, numa fração de segundos antes de tudo acontecer, que aquele seria o lance do jogo, a bola acabou no fundo do gol de Alisson, decretando o incrível empate da Croácia. 


Apesar de sair na frento abrindo placar, Brasil vê Croácia empatar e se classificar nos pênaltis onde brilhou Livakovic, goleiro croata. (Foto: reprodução/Trivela).


Ninguém aqui está tirando o mérito da Croácia que fez uma super partida e ainda contava com um goleiro que está disposto a fazer de tudo para chegar a final dessa copa, a aplicação tática dos croatas também chamou atenção em toda partida, o time era compacto. Enquanto os zagueiros do Brasil descompactados só olhavam a seleção adversária avançar. Nesse jogo o que faltou ao Brasil sobrou nos croatas.

O mais irônico de tudo que aconteceu até o desfecho no gol da seleção do técnico Zlatko Dalic, foi justamente o nome do jogador que balançou a rede do Brasil, Petkovic, homônimo do atleta sérvio que jogou no Flamengo e, marcou história aqui no Brasil. Nesse momento crucial os zagueiros brasileiros mostraram confusão, vulnerabilidade e um pouco mais de maldade ou tarimba, como diriam os mais antigos.

Daí até o final da prorrogação foi uma agonia ver o goleiro, Livakovic, salvar todas as bolas que o Brasil chutava no gol. Aquela altura a frustração estampada no rosto dos torcedores era evidente, a preocupação de enfrentar o arqueiro croata nos pênaltis se tornava realidade. O final todos já sabem, o Brasil voltando para casa antes do que o complexo de superioridade imaginava, depois de perder a disputa de penalidades. 

 

Outro Lado da Moeda (Argentina X Holando)


Argentina e Holanda fazem o jogo final da copa de 78, disputada no Estádio Monumental, em território argentino, que consagrou a seleção de Mario Kempes como campeã. (Foto: reprodução/ LemyrMartinsVeja).


Na segunda partida da tarde valendo pelas quartas de final colocou frente a frente, Holanda e Argentina, confronto esse vale dizer, com muito mais tradição e rivalidade numa Copa do Mundo, só lembrar a copa de 78, na Argentina, na ocasião o encontro aconteceu na partida final, a equipe da América do Sul se consagrou campeã pela primeira vez, e o melhor, jogando em casa diante da apaixonada torcida.

O jogo teve um início burocrático, sem grandes finalizações perigosas. Tudo mudou por volta dos 35 minutos, Lionel Messi, em passe açucarado para Molina finalizar e marcar o gol. Só dava Argentina, mesmo assim o gol para ampliar a jogada não saía.

O segundo tempo começou com o time argentino apresentando a mesma superioridade do primeiro tempo. Aos vinte sete da etapa complementar, depois de bater pênalti marcado pelo árbitro, Mateu Lahoz, Messi ampliou para Argentina, fazendo mais um e deixando os germanos com uma vantagem de 2 gols na frente.

Mesmo perdendo de 2 a zero para Argentina, o país que venceu o mar com engenho para salvar sua terra, não se abalou e seguiu em frente e, aos 82 minutos o cruzamento de Berghuis encontrou na área dos argentinos o camisa 19 holandês, Weghorst, que finalizou de cabeça para o fundo das redes. 


Apesar da impressão de facilidade, no final a Argentina precisou se superar para garantir a vaga na semifinal do mundia realizado no Catar. (Foto: Reprodução/ Lance).


Nesses oito minutos finais deu tempo até para confusão entre os jogadores de ambas as seleções depois de uma jogada mais ríspida de Paredes da Argentina. E no último minuto dos acréscimos do segundo tempo a Holanda foi premiada com um gol, depois de um lance que exigiu frieza por parte dos holandeses.

Na prorrogação a seleção da Holanda soube fazer o que nossa seleção não conseguiu contra a Croácia, eles seguraram os argentinos até a disputa de penalidade. Que finalizou com a vitória dos hermanos, que agora encontram os croatas na semifinal do torneio.

Na disputa de pênaltis brilhou o talento do goleiro argentino, Emiliano Martínez, que defendeu a batida de Van Dijk, capitão holandês, Berghuis também não vazou Martinez. Apesar de perder um pênalti decisivo, a Argentina tinha outra chance e não desperdiçou oportunidade de acabar com o drama da torcida.      

Foto destaque: Reprodução/ AM POST

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