Neste domingo (27/08), o brasileiro Isaquias Queiroz conseguiu garantir sua vaga para próxima Olimpíadas sem nem precisar entrar na raia de Duisburg. O campeão olímpico acabou herdando uma vaga para os Jogos de Paris após ter ficado na sexta colocação do C1 1.000m no Mundial de canoagem de velocidade, a apenas um posto da zona de classificação, no sábado (26). Após uma realocação de vagas do tcheco Martin Fuksa no C2 500m, que acabou proporcionando a classificação do brasileiro. A vaga herdada pertence ao Brasil, entretanto, deve acabar ficando mesmo nas mãos de Isaquias, que conquistou o posto.
Isaquias Queiroz durante o C1 1.000m no Mundial de canoagem (Foto: Reprodução/ Fabio Canhete/Canoagem Brasileira)
Vaga para Paris
Logo após o ocorrido, Isaquias falou a respeito de herdar a vaga para a próxima Olimpíadas:
“Lembro muito bem que o Sebastian Brendel e Jan Vandrey em 2016 não tinham vaga e ganharam a vaga. Chegaram lá e foram campeões olímpicos. O Yuriy Cheban também não tinha vaga do C1 200 ganhou a vaga, doaram pra ele, chegou lá e foi campeão olímpico. Então por que não eu aceitar uma vaguinha dessa de bom grado?”, falou Isaquias.
Martin Fuksa, campeão do C1 1.000m, acabou terminando na oitava colocação do C2 500m neste domingo ao lado de Petr Fuksa, fechando a zona de classificação olímpica da prova de duplas.
Como cada atleta pode conquistar somente uma vaga para Paris, Martin foi alocado para o barco de dupla, mas ele também pode disputar o C1 1.000m nas Olimpíadas. Com isso, a vaga do tcheco na prova individual passa para o atleta mais bem ranqueado elegível, que é justamente o brasileiro Isaquias Queiroz.
Rivalidade entre Isaquias e Martin Fuksa
O tcheco campeão do C1 1.000m falou sobre sua rivalidade com Isaquias e que tentará de tudo para bater o brasileiro em Paris:
“Eu respeito o Isaquias também. Nós somos amigos desde a categoria Júnior, são muitos anos. Temos uma boa rivalidade, isso é bom para os fãs. Estou ansioso por novas corridas. Ele ganhou nos Jogos Olímpicos. Eu ganhei aqui. Agora, eu estou melhor nesse ano. Nos próximos anos pode mudar, eu espero que não. Eu vou dar o meu melhor, de novo e de novo.” falou Fuksa.
Como Isaquias se classificou no C1 1.000m no Mundial de Duisburg, ele não poderá competir no C2 500m no pré-olímpico das Américas no próximo ano. Com isso, o Brasil terá que escalar uma dupla sem o campeão olímpico. Caso consiga sair vitorioso na vaga continental no C2, o Brasil poderá enviar três canoístas para Paris.
Terceira Olimpíadas a caminho
Com seus 29 anos, Isaquias irá disputar sua terceira Olimpíadas, somando quatro medalhas olímpicas, sendo um ouro (em Tóquio 2020), duas pratas e um bronze (na Rio 2016). Caso conquiste mais uma medalha, em Paris, Isaquias se tornará o brasileiro com maior número de medalhas olímpicas, ao lado de Torben Grael e Robert Scheidt, ambos da vela e com cinco pódios.
Já em Mundiais, Isaquias soma 14 medalhas, sendo sete de ouro, uma de prata e seis de bronze. A primeira, curiosamente, foi justamente em Duisburg, há 10 anos. Em 2013, novamente na Alemanha, o campeão olímpico conquistou o ouro no C1 500m e o bronze no C1 1.000m.
Foto destaque o campeão olímpico Isaquias Queiroz durante o C1 1.000m no Mundial de canoagem Reprodução/Fabio Canhete/CBCa