Jogadores brasileiros chegam ao Brasil após fugirem da guerra na Ucrânia

Marlley Lourenço Por Marlley Lourenço
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Jogadores e profissionais brasileiros que atuam no futebol da Ucrânia começaram a chegar ao Brasil na manhã desta terça-feira (01). Eles chegam fugidos da guerra no país, que foi invadido pela Rússia há 6 dias. Seus familiares também conseguiram fugir. O volante Maycon, do Shakhtar Donetsk, foi o primeiro a desembarcar no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. A esposa Lyarah Vojnovic e o filho do casal acompanhavam o jogador, que pegou um voo em Frankfurt, na Alemanha.


Maycon fala com a imprensa após desembarque. (Foto: Reprodução/Wilton Junior/Futura Press/Estadão Conteúdo)


Emocionado, ele falou com os repórteres no desembarque.

“Numa palavra não daria para definir esses últimos dias. Foi uma mistura de sentimentos, de terror, de medo. Depois uma sensação de alívio, de gratificação por poder sair e com todos bem.”, contou ele, que continuou dizendo. “(A invasão russa) Pegou um pouco a gente de surpresa. Sabíamos do risco, mas tínhamos diversas informações e não acreditávamos que seria daquela forma. Maior tristeza foi porque tinha esposa, filho, pai e mãe comigo e não queria que eles passassem por isso. Mas graças a Deus saímos todos juntos.”

Ao ser perguntado sobre a possibilidade de retornar ao país após o fim do conflito, o atleta respondeu:

“Ainda não parei para pensar nisso. Eu só pensava em ir embora dali. A Ucrânia está sofrendo muito e fico realmente muito triste por isso. Temos grandes amigos por lá, sentimos muito por eles e torço para que tudo se resolva.”

Além dele, o lateral Dodô, o meia Pedrinho, o atacante Fernando e o preparador físico Luciano Rosa, todos do Shakhtar, também desembarcaram em São Paulo. O zagueiro Marlon, também do Shakhtar, e o atacante Bruno Ernandes, do Girnyk-Sport Gorishni Plavni, desembarcaram no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro. Todos eles pegaram um voo na França. Naturalizado ucraniano, o atacante Junior Moraes permaneceu em Paris.


Dodô comemora chegada ao Brasil. (Foto: Reprodução/Saulo Dias/Photopress/Estadão Conteúdo)


“A gente ficou com muito medo porque era uma situação que a gente não esperava. Mas agora é gratidão (por estarmos de volta)”, contou Dodô, que respondeu ao ser perguntado sobre retornar à Ucrânia.

“Agora não é momento de falar sobre isso. Só quero curtir minha família. E torcer para Ucrânia porque é um país que amo. O resto deixo com meus empresários, pois acabo de sair de uma guerra e não é hora de pensar em futebol.”

Desde o início da ofensiva russa à Ucrânia na semana passada, os brasileiros se uniram em busca de deixar o país. No domingo (27), alguns deles finalmente conseguiram sair da Ucrânia. Acompanhados de seus familiares, eles embarcaram em um trem da capital, Kyiv, até a cidade de Chernivtsi, no oeste do país.

Então, foram de ônibus até Moldova e se dividiram. Alguns permaneceram no país e outros seguiram para a Romênia, pegando caminhos diferentes para o mesmo objetivo, que era retornar ao Brasil.

Os profissionais do Shakhtar e do Dínamo Kyiv fizeram a viagem de trem juntos, seguindo recomendação do Itamaraty, que sinalizou uma estação em Kyiv como solução e sem necessidade de bilhetes. A segurança de escolta até a estação foi dada pela Uefa em conjunto a Federação Ucraniana de Futebol. Elas também auxiliaram os jogadores no retorno ao Brasil.

Foto destaque: Marlon Santos, do Shakhtar Donetsk, e Bruno Ernandes, do Girnyk-Sport Gorishni Plavni, desembarcam no Rio. Reprodução/Wilton Junior/Estadão Conteúdo

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