Lamine Diack, ex-presidente da Federação Internacional de Atletismo (IAAF) entre 1999 e 2015, morreu nesta sexta-feira (03), aos 88 anos, em Dacar. Ele retornou ao país em maio, após passar vários anos detido na França após ser condenado por corrupção. O anúncio da sua morte foi feito pela imprensa local e confirmado por seus familiares.
“Sim, meu pai acaba de ser chamado por Deus, gostaríamos que ele continuasse conosco, mas ele nos deixou. Ninguém pode escapar do decreto divino”, afirmou seu filho, Papa Massata Diack, em entrevista à agência AFP.
Lamine Diack, ex-presidente da Federação Internacional de Atletismo. (Foto: Reprodução/Insidethegames)
Ex-membro do COI (Comitê Olímpico Internacional), Lamine Diack foi peça chave para realização do esquema de corrupção, que visava encobrir o escândalo dos casos de doping envolvendo atletas russos, revelado pela Wada (Agência Mundial Antidopagem) em 2015. Ainda neste ano, ele deixou o comando da World Athletics, sucedido por Sebastian Coe, e passou a conviver com acusações de desvios e tráfico de influência. Em 2020, foi condenado a quatro anos de prisão pela Justiça francesa.
Diack teria recebido cerca de US$ 3,9 milhões em propinas de atletas que tiveram seus dopings encobertos. Ele também pagou a outros dirigentes da World Athletics para que mantivessem o esquema.
Lamine Diack também foi indiciado em um segundo processo que investiga denúncias de corrupção, envolvendo a atribuição dos Jogos Olímpicos de 2016 para o Rio de Janeiro e de 2020 para Tóquio, além do Mundial de Atletismo de 2017. Ele teve seu passaporte confiscado e, em um primeiro momento, não pôde voltar ao Senegal.
Com a suspensão da proibição de sua saída do território francês, Diack retornou ao seu país após o pagamento de uma indenização de € 500 mil.
Foto Destaque: Lamine Diack, ex-presidente da Federação Internacional de Atletismo. Reprodução/Olimpíada Todo Dia