Na noite do último domingo (1), morreu aos 85 anos, Bird Clemente, uma lenda do automobilismo brasileiro. A informação foi confirmada pela acessoria de comunicação da Confedereção Brasileira de Automobilismo (CBA). O ex-piloto havia dado entrada no hospital para realização de um procedimento, mas acabou contraindo uma forte infecção.
Bird Clemente posa ao lado de carro para a revista Quatro Rodas. (Foto:Reprodução/Instagram/@acelerados)
Piloto de sucesso
Nascido em 23 de dezembro de 1937, em São Paulo, Bird recebeu este nome em homenagem ao almirante Richard Byrd, responsável por explorações nas regiões polares do planeta. Em relação à paixão pelo esporte a motor, esta foi transmitida por seu pai, Francisco Clemente, argentino e admirador de Juan Manuel Fangio.
Em 1958, aos 21 anos, Bird começou a pilotar, pela Vemag. No entanto, em 1963, o paulista foi para a equipe Willys, assinando um contrato que o tornou como o primeiro piloto de automobilismo profissional do país. Transformando o amor em profissão e dando início a uma carreira de sucesso.
Ao longo de sua trajetória no automobislismo, o paulista acumulou importantes vitórias em corridas pelo Brasil. Dentre elas, as mais conhecidas são as 24 Horas de Interlagos, em 1970, e posteriormente, em 1973, as Mil Milhas. Ambos os triunfos contaram com a participação de Nilson Clemente, irmão e dupla de Bird.
Após a aposentadoria, Bird lançou o livro “Entre ases e reis de interlagos”, em 2008. Na obra, o ex-atleta conta sobre a carreira no automobilismo e traz um grande acervo de imagens.
“Participei das melhores equipes, guiei os melhores carros, cerquei-me dos gênios que construíram a história do automóvel e do automobilismo do Brasil daquela época. Apresento-me como um contador de histórias, que se limita a passar aos leitores os fatos e momentos pitorescos que ocorreram entre as eras de Chico Landi e Emerson Fittipaldi” – Declarou Bird Clemente.
Em muitas ocasiões, o ex-piloto recebeu o Prêmio Victor, da revista Quatro Rodas, que elegia os melhores do ano. Em 2011, comemoração dos 50 anos da Confederação Brasileira de Automobilismo, ele foi homenageado com a honraria Personalidade Chico Landi, sendo eternizado como um dos maiores pilotos do Brasil. Ademais, a revista inglesa Autosport elegeu Bird como um 50 melhores pilotos do mundo que não chegaram à Fórmula 1, principal campeonato do automobilismo.
Adeus à lenda
A Confederação Brasileira de Automobilsomo (CBA) postou nas redes socias uma nota de pesar, destacando o legado deixado por Bird Clemente, um dos maiores especialistas do traçado de Interlagos.
“Ídolo de gerações, Bird foi um do maiores pilotos que o Brasil já teve. Sua carreira e trajetória estão marcadas para sempre na história do esporte que tanto amamos.” – Enfatizou a entidade.
Bird deixa a esposa, Maria Luiza, e quatro filhos. O velório aconteceu nesta segunda-feira (2) pela parte da manhã, no Cemitério Morumby e o sepultamento ocorrerá às 17h.
Foto de Capa: Bird Clemente posando ao lado de carro (Foto: Reprodução/Marco de Bari/Instagram)