Morre Durval de Moraes, goleiro que levou o gol mais bonito de Pelé

Glenda Coraline Por Glenda Coraline
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Durval de Moraes, conhecido como “Mão de Onça”, faleceu ontem (20), aos 92 anos, em São Paulo. O lendário goleiro teve uma carreira notável e ficou famoso por ser o goleiro que sofreu o gol que Pelé considerou o mais bonito entre os 1.281 que marcou ao longo de sua trajetória.

Curiosamente, seu falecimento ocorreu em São Paulo, quase um ano após o do maior jogador de todos os tempos. “Mão de Onça”, ficou eternizado por ter sofrido o famoso gol de Pelé em 1959, durante o jogo entre Santos e Juventus, na Rua Javari. O ex-goleiro veio a falecer nesta quarta-feira no Hospital Parelheiros de São Paulo, após enfrentar um acidente vascular cerebral (AVC) seguido de um infarto.

A notícia foi confirmada por Roberto Barce, historiador do Primavera de Indaiatuba. Barce recorda que “Mão de Onça” foi goleiro do clube em 1952, marcando a primeira participação do Primavera em um campeonato profissional.

Carreira

Batizado como Durval de Moraes, “Mão de Onça” veio ao mundo em Itu, em 2 de junho de 1931. Antes de sua passagem pelo Juventus, onde é reverenciado como um dos maiores goleiros da história do clube, teve destaque no Clube Atlético Ituano, Primavera, São Paulo e Atlético-MG.

O apelido de “Mão de Onça” teve origem na preferência do jogador por agarrar a bola em vez de amortecê-la no peito. Optava por pegar a bola com um bote, segurando-a firmemente para evitar se machucar.

Essa técnica tornou as defesas mais estilosas e seguras. Para aprimorar essa habilidade, ele começou a praticar jogando a bola na parede e abrindo a mão, o que resultou no crescimento dela. Foi assim que tudo começou.


Computação gráfica simulando o momento do gol histórico (Foto: reprodução/GE).


Gol mais bonito de Pelé

Em 2 de agosto de 1959, o goleiro do Juventus, Mão de Onça, foi testemunha de uma das maiores obras-primas do futebol. Naquela ocasião, viu Pelé driblar três marcadores com um chapéu, antes de também driblá-lo e marcar o gol que é considerado o mais bonito de sua carreira, segundo o próprio Rei.

O gol no qual Pelé realiza quatro chapéus e finaliza com um cabeceio na goleada do Santos por 4 a 0 possui apenas registros fotográficos e uma simulação feita em computação gráfica. No entanto, a imagem desse momento permaneceu vívida na mente do ex-goleiro, resistindo ao tempo sem um registro em vídeo.

Após o golaço, o Rei celebrou com socos no ar, uma comemoração que se tornou sua marca registrada a partir daquele jogo. A obra-prima foi tão marcante que resultou na criação de uma estátua de Pelé na Rua Javari, o lar do Juventus.

O ex-goleiro será velado e sepultado nesta quinta-feira (21), em Itu, cidade onde passou seus últimos anos, mantendo sempre uma notável lucidez. Reconhecido por sua devoção religiosa e forte vínculo familiar, deixa seis filhos para perpetuar sua memória.

 

Foto Destaque: Durval de Moraes “Mão de Onça” pelo Ituano (Reprodução/Instagram/@ituanofc).

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