‘O Vasco não se calou’, diz Juninho ao relembrar apoio do time em caso de racismo

Thaís de Mello Por Thaís de Mello
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Na última quinta-feira (07), o Vasco comemorou os 98 anos da Resposta Histórica, uma carta que colocou um grande marco na história do futebol brasileiro. Em 1924, elaborada por José Augusto Prestes, presidente do Vasco na época, o time cruz-maltino condenava a discriminação racioal e social no futebol brasileiro.

Motivo de grande orgulho entre os torcedores alvinegros, o documento é tratado como um troféu e sua importância é vista nos dias atuais. Na época em que a carta foi escrita, o futebol ainda era bastante elitista. O Vasco, em um dos mais nobres capítulos de sua história, recusava desfiliar atletas negros, operários e analfabetos de seu clube. 

Em uma carta ao “The Players Tribune”, Juninho, que além de meio-campista também é torcedor do Vasco desde a infância, relembra o apoio recebido pelo clube em um caso de racismo, acontecido em uma partida em 2020. 

O fato aconteceu na partida contra o Oriente Petrolero, pela Copa Sul-Americana de 2020. Juninho foi vítima de ataques racistas por parte da torcida boliviana. Na carta, o meio-campista de 21 anos disse que nunca tinha vivenciado esse tipo de situação.

“O Vasco não se calou. Na hora, todos os jogadores me defenderam. Inclusive, o Ricardo Garcia, que é branco, foi um dos primeiros a reclamar com a arbitragem. A diretoria me deu apoio, denunciou os atos e fez um manifesto cobrando respeito. Também recebi muitas mensagens de solidariedade dos nossos torcedores. Não tem como ser Vasco e ser racista, impossível”, escreveu o jogador.


Juninho em atuação pelo time de coração, Vasco da Gama (Reprodução: Thiago Ribeiro/AGIF)


Apesar de ter tido o início da carreira no Flamengo antes de chegar a São Januário, Juninho não nega que sua torcida sempre foi para o time cruz-maltino. Em sua carta, ele afirma que apesar de jogar pelo Flamengo na época, Juninho diz que “não deixaria de ser quem é, nem esconder que torcia para o Vasco”. Ele finaliza dizendo que “isso seria falsidade“.

Fã declarado da música “Camisas Negras”, que é cantada pela torcida vascaína antes das partidas, o volante do time alvinegro revelou um sonho:

“Eu quero fazer gol pelo Vasco, tirar a camisa, levantar pro alto e comemorar com a torcida em São Januário. E quero que todos os torcedores cantem Camisas Negras. Essa música que nossa torcida canta me dá vontade de estar na arquibancada de novo, ainda mais agora que aprendi a letra. Esse é meu único pedido, o meu sonho de menino, comemorar um gol e ouvir a nossa música”, disse o jogador.

 

Foto destaque: Juninho, jogador e torcedor do Vasco (Reprodução: Rafael Ribeiro/Vasco)

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