Prisões, caos, morte e racismo: como Itália e Inglaterra reagiram ao resultado da final da Eurocopa

André Magdalena Por André Magdalena
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No meio de toda a comemoração pelo título da Itália da Eurocopa, o caos tomou conta de Itália e Inglaterra, levando até um homem de 22 anos morrer em um acidente de carro, em Sicilia.

Em Londres, no domingo, após a final Eurocopa, entre Itália x Inglaterra, 19 policiais foram feridos e 49 foram presos, enquadrados em crimes, como: Agressão, destruição do patrimônio público e desacato.

“Frustrantemente, 19 de nossos policiais ficaram feridos enquanto enfrentavam multidões incontroláveis. Isso é totalmente inaceitável”, disse o comunicado da Polícia Metropolitana.


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Policiais fazem barricada para impedir vandalismo de ingleses – (Tolga Akmen / AFP)


Além dos casos de caos que ocorram em Londres após a final, outro caso que vimos foi o preconceito racial e discurso de ódio destinado ao jogadores que perderam os pênaltis: Marcus Rashford, Jadon Sancho e Bukayo Saka, todos negros.


Comentários racistas no Instagram de Rashford. (Reprodução/Instagram)

Comentários racistas no Instagram de Rashford. (Reprodução/Instagram)

Comentários racistas no Instagram de Sancho. (Reprodução/Instagram)

Comentários racistas no Instagram de Sancho. (Reprodução/Instagram)

Comentários racistas no Instagram de Saka. (Reprodução/Instagram)

Comentários racistas no Instagram de Saka. (Reprodução/Instagram)


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Como de costume, os ataques aos jovens jogadores ingleses começaram através das redes sociais, porém, para Marcus Rashford foi além, já que pessoas vandalizaram, pichando, o mural destinado ao mesmo em Manchester. Porém, a resposta a tudo isso foi muito maior: fãs se juntaram e cobriram as pichações com mensagens de apoio a Rashford.


Mural de Rashford , em bairro de Manchester. Muro foi vandalizado - Reuters

Mural de Rashford , em bairro de Manchester. Muro foi vandalizado – (Reuters)


A UEFA, a federação inglesa, jogadores ingleses, estrangeiros, jornais locais e até mesmo o prefeito de Londres, Sadik Khan, foram às redes sociais em defesa dos jogadores.

Desde sempre um dos jogadores mais engajados em causas sociais, Rashford, publicou uma carta aberta em suas redes sociais dizendo aceitar as críticas referente ao seu desempenho em campo, mas que nunca pediria desculpas por ser quem é: “Eu Sou Marcus Rashford, 23 anos, um homem preto de Withington e Wythenshawe, sul de Manchester. Se eu não tiver mais nada, eu tenho isso”, escreveu o jogador do Manchester United.

Capitão e líder da seleção inglesa, Harry Kane, foi quem fez uma das manifestações mais firmes de combate aos disseminadores de ódio: “Três caras que foram brilhantes durante todo o torneio tiveram a coragem de se apresentar para bater os pênaltis. Eles merecem apoio e conforto, não estas perversas ofensas racistas que estão recebendo desde a noite passada. Se você ofende qualquer pessoa nas redes sociais, não é um torcedor da Inglaterra e nós não queremos você”, disse o atacante da seleção inglesa através de seu Twitter.

A federação inglesa publicou um comunicado em defesa aos jogadores: “A FA condena veementemente todas as formas de discriminação e está chocada com o racismo online que tem sido dirigido a alguns de nossos jogadores da Inglaterra nas redes sociais”, disse o comunicado.

“Esse abuso é totalmente inaceitável, não será tolerado e será investigado”, disse o prefeito de Londres, Sadiq Khan, pedindo as empresas de mídias sociais que removessem esse tipo de conteúdo de suas plataformas.

“Os responsáveis ??pelo nojento abuso online que vimos devem ser responsabilizados – e as empresas de mídia social precisam agir imediatamente para remover e prevenir esse ódio”, completou o prefeito em um tweet.

“There is absolutely no place for racism in football or anywhere else. Those responsible for the disgusting online abuse we have seen must be held accountable – and social media companies need to act immediately to remove and prevent this hate”. 

O jornal inglês “The Sun” estampou uma mensagem direcionada aos jogadores ofendidos: “Nós protegemos vocês”.

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