Não era comum técnicos estrangeiros comandarem equipes brasileiras na Série A. Em 2019, dos 50 trabalhos iniciados por treinadores que duraram mais de 30 dias, apenas dois foram feitos por nascidos em outros países. Mas, o fenômeno Jorge Jesus mudou o panorama. Após o excelente trabalho do treinador natural de Portugal, conquistando uma Libertadores e o Brasileirão, os clubes brasileiros abriram os olhos para o resto do mundo.
Com estrangeiros a paciência é maior
Atualmente, os dois técnicos que estão há mais tempo comandando um time da elite nacional são de fora. Abel Ferreira, que está à frente do Palmeiras desde 5 de novembro de 2020 e é português, e o argentino Juan Pablo Vojvoda, que treina a equipe do Fortaleza desde o dia 12 de maio de 2021. Além deles, mais 204 trabalhos foram analisados pela equipe do GE.
Das 206 campanhas que serviram de amostra para a pesquisa, 163 eram de técnicos brasileiros e 43 eram de estrangeiros. A conclusão foi que os treinadores naturais do Brasil recebem uma média de 138 dias para trabalhar. Já os comandantes de fora permanecem 188 dias no cargo, ou seja, os estrangeiros recebem 50 dias a mais à frente da equipe.
Mesmo sem Abel e Vojvoda média de tempo técnicos estrangeiros é dez dias maior. (Foto: reprodução/Ge.globo.com/espiãoestatístico)
Dominância estrangeira
No Brasileirão deste ano, algo inusitado aconteceu. Pela primeira vez, a maioria dos treinadores na elite do futebol nacional era estrangeira. Isso aconteceu porque, em julho, o Internacional anunciou a contratação de Eduardo Coudet, totalizando 11 treinadores “gringos” naquele momento. Ao todo, eram sete técnicos portugueses e quatro argentinos.
Alguns já se despediram do Brasil e, hoje, restam apenas seis treinadores de fora. No G4, dois times possuem comandantes de outros países: o líder Palmeiras, com Abel Ferreira, e o quarto colocado Red Bull Bragantino, com Pedro Caixinha, ambos provenientes de Portugal. O Botafogo também teve Bruno Lage, que realizou uma campanha incrível à frente da equipe carioca.
Foto Destaque: Abel Ferreira e João Martins comandam o Palmeiras há mais de 1000 dias (Reprodução/instagram/@coachabelferreira)