Um dos fatores que fez Wallace tomasse a decisão de se despedir da seleção brasileira após as Olimpíadas de Tóquio, foi o descanso em horas contadas. Assim, o campeão olímpico passou anos olhando para o relógio mesmo em dias de folga. Porém, o atleta achou que iria ser definitivo sua saída, mas uma ligação de Renan Dal Zotto, mudou tudo.
Por uma lesão de Alan e a dificuldade de encontrar um substituto reabriram as portas para Wallace. O atleta de 36 anos estava de férias com a família. O pedido do técnico, porém, fez com que o oposto voltasse a vestir a camisa da seleção brasileira no Mundial de Vôlei masculino. O Brasil estreia nesta sexta-feira, contra a Cuba, às 6 horas, em Liubliana, na Eslovênia.
Quando Wallace recebeu a ligação, tinha a reapresentação marcada para o dia seguinte no Cruzeiro. Ao aceitar o pedido de Renan, tentou acelerar os passos para estar em forma antes da disputa do Mundial. O oposto diz estar bem fisicamente e que está em boas condições para o Mundial, porém, ainda se sente um pouco atras na parte técnica. Afirma também, que não é o salvador da pátria.
Wallace de Souza atuando pela seleção brasileira de vôlei (Reprodução/ COB).
“Eu estou vindo aqui porque achei que seria necessário dar uma ajuda. Eu não sou salvador da pátria. “Wallace chegou, e agora o Brasil vai passar o carro”. Não. Eu quero ajudar da minha maneira. Passando um pouco mais da minha experiência, tudo o que eu já fiz, e tentar acrescentar. Crescer junto com o time e tentar fazer acontecer. Não sou salvador da pátria”. Disse Wallace.
O campeão olímpico em 2016 e referência em meio a uma das gerações mais vencedoras e vitoriosas do país, Wallace crê que pode ajudar principalmente no diálogo. Desde de sua integração com o grupo, tem tentado falar com os mais jovens e passar um pouco de sua experiência.
“Eu acho que posso ajudar muito mais hoje na questão experiência. Eu converso principalmente com os mais novos, que talvez sofram um pouco mais nos momentos mais delicados. O que é normal. Eu também tomei umas porradinhas. Não foi só auge. Você tem de aprender a tomar essas porradas e suportar isso”, declarou o atleta.
O Brasil chega ao Mundial de Vôlei sob pressão. A campanha errática na Liga das nações fez com que a equipe fosse cercada de desconfiança. Caiu da Liderança do ranking mundial depois de mais de 20 anos. Hoje, ocupando a terceira posição, depois de duras derrotas, como para a China.
A volta de Wallace, no entanto, é provisória. O campeão olímpico não planeja esticar ainda mais seu caminho na seleção. Apesar do pouco tempo até as Olimpíadas de Paris, o atleta garante que seu adeus será definitivo. “Eu já havia decidido isso há tempos. Era para ser em 2020, mas aconteceu a pandemia. Mas, na minha cabeça, já tinha trabalhado, conversado com a minha família. Eu precisava de um descanso. Não estava mais acompanhando da mesma forma que acompanhava. Chega, deu. Oque eu tinha para fazer na seleção, eu fiz. Dei o máximo que tinha para dar. Espero que, desta vez, seja realmente o adeus, e a seleção não precise mais de mim”, afirmou Wallace.
Os jogos da seleção brasileira serão dias 26/08, contra Cuba, às 6 horas, horário de Brasília, 28/08, contra o Japão, às 9 horas e dia 30/08, contra o Catar, às 6 horas.
Foto Destaque: Wallace em sua volta para a seleção brasileira de volei para a disputa do mundial de vôlei. Reprodução/ Instagram.