Nesta quarta-feira (15), o Corinthians divulgou em suas redes sociais uma nota oficial sobre o escândalo do “Caso Vai de Bet”. As investigações apontam o empresário Alex Cassundé como parte do esquema que envolve repasses de valores da comissão interligados ao acordo de patrocínio da Vai de Bet.
Segundo o Relatório Técnico Parcial de Análise de Dados Financeiros Bancários, o empresário esteve na sede do clube no dia 25 de março de 2024, mesmo dia em que realizou uma transferência de R$580 mil para a empresa Neoway, apontada pela investigação como uma empresa de fachada. Segundo a delação, esse valor seria parte da comissão recebida por Cassundé e estaria vinculado com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
O que diz a justiça sobre o caso e qual foi a reação do clube
Conforme a delação de Vinícius Gritzbach — morto em novembro de 2024 no Aeroporto de Guarulhos — o dinheiro teria saído de Cassundé, passado pela Neoway e chegado a contas ligadas à facção criminosa. Em relatório divulgado pelo delegado Tiago Fernando Correia, as evidências apontam sim para o envolvimento do clube com o esquema.
É imperativo acentuar a presença de uma evidência das mais relevantes para o contexto investigatório… No dia que a Rede Social (empresa de Cassundé) fez a primeira transferência à Neoway, Alex Fernando André (nome verdadeiro de Cassundé), surpreendentemente, esteve presente no Parque São Jorge” – Tiago Fernando Correia.
Na nota oficial divulgada, o Corinthians se diz vítima das circunstâncias investigadas e reforça que não possui controle sobre o que terceiros fazem com valores recebidos em decorrência de contratos firmados. O Clube ainda destaca que cumpre rigorosamente todas as suas obrigações legais e contratuais, prezando pela transparência e integridade em suas operações.
Tudo sobre o caso “Vai de Bet’’
Desde janeiro do ano passado, a Polícia Civil nvestiga repasses de valores da comissão envolvendo o acordo de patrocínio da Vai de Bet com o Corinthians. Segundo as investigações, a Rede Social Media Design, intermediadora do acordo, teria repassado R$900 mil à Neoway Soluções Integradas de Serviços LTDA, apontada como uma empresa fantasma.
A Delegacia de Repressão da a Lavagem de Dinheiro rastreou as contas por onde circularam R$ 1,4 milhão pagos ilegalmente como uma espécie de comissão pelo contrato de patrocínio. O valor que teria saído da conta do Corinthians chegou até uma conta denunciada por Antônio Vinícius Gritzbach ao Ministério Público, meses antes de ser assassinado a mando de traficantes.
Outros membros da política do Corinthians, como Osmar Stábile, primeiro vice-presidente do clube, e Luiz Ricardo Alves, ex-diretor adjunto do departamento financeiro, prestaram depoimentos como testemunhas. O patrocínio, que previa o pagamento de R$370 milhões, foi rompido pela empresa Vai de Bet , após o acionamento de uma cláusula anti-corrupção.