Na última semana, o Flamengo recusou uma nova tentativa do Corinthians de oferecer garantias financeiras para a compra de 50% dos direitos econômicos do goleiro Hugo Souza. O Timão, que sinalizou interesse na contratação em outubro, havia proposto um pagamento parcelado no valor de 800 mil euros (aproximadamente R$ 4,8 milhões), mas encontrou resistência no clube carioca.
Desta vez, a garantia apresentada foi uma carta de um banco, mas, assim como na primeira oferta, não foi suficiente para atender às exigências do Flamengo. Com isso, o prazo para resolver a situação, estipulado para 30 de novembro, torna-se cada vez mais apertado, enquanto o Corinthians avalia outras alternativas para fechar a negociação.
Garantias insuficientes dificultam o avanço
O imbróglio financeiro entre Flamengo e Corinthians não é novidade. Antes desta última recusa, o Rubro-Negro já havia rejeitado outra garantia financeira oferecida pelo Timão, que envolvia a mesma empresa usada em um acordo anterior na transferência do lateral Matheuzinho. Na ocasião, o Corinthians atrasou o pagamento, irritando a diretoria flamenguista e gerando desconfiança em relação a novos negócios. Dessa vez, mesmo com a apresentação de uma carta bancária como fiadora, o Flamengo manteve sua postura rígida, exigindo garantias que assegurem o recebimento integral do valor em caso de inadimplência.
Nos bastidores, a insatisfação com a postura do Flamengo começa a crescer entre os dirigentes do Corinthians. O clube paulista acredita que tem sido tratado com pouca flexibilidade pelos cariocas, apesar do histórico de boas relações entre as duas diretorias em outras negociações. Por outro lado, o Flamengo sustenta que a medida visa proteger seus interesses financeiros e que está disposto a concluir o negócio, desde que as condições sejam cumpridas de forma satisfatória.
Pagamento à vista é a alternativa viável
Com o impasse, o Corinthians considera realizar o pagamento à vista como última alternativa para garantir a contratação de Hugo Souza. O valor total da negociação, que pode ultrapassar os R$ 7,3 milhões, inclui não apenas os 50% dos direitos econômicos do goleiro, mas também R$ 1 milhão já pago pelo empréstimo do atleta e cerca de R$ 1,5 milhão em multas pelos três jogos em que Hugo enfrentou o Flamengo durante o período de empréstimo. Além disso, o Timão ainda precisa arcar com impostos e comissões, o que pode elevar ainda mais o custo final da transação.
O contrato do empréstimo prevê que, caso o pagamento não seja realizado até 30 de novembro, o Corinthians perderá a preferência na compra de Hugo Souza. Isso obrigaria o clube a renegociar do zero com o Flamengo a partir de dezembro, uma possibilidade que os paulistas descartam. Apesar do entrave financeiro, o Corinthians já acertou com o empresário do goleiro um contrato válido por quatro temporadas. O vínculo prevê o pagamento de luvas e comissões diluídas ao longo dos anos, além de uma valorização salarial significativa, colocando Hugo entre os jogadores mais bem pagos do elenco.
A indefinição deixa o futuro de Hugo Souza em aberto. Caso a negociação não avance, o goleiro retornará ao Flamengo ao término do empréstimo. No entanto, o Timão segue confiante de que poderá viabilizar a compra, mesmo que precise de um esforço financeiro maior. O cenário, por enquanto, é de expectativa, com ambas as partes aguardando uma solução que seja satisfatória antes do fim do mês.
