Flamengo vacila com desorganização e reforços tardios em momento decisivo da temporada

Com expectativas elevadas no início da temporada, atualmente Flamengo flerta com um final de temporada melancólico

Joao Pedro Santos Por Joao Pedro Santos
4 min de leitura
Foto destaque: Elenco do Flamengo (Reprodução/Marcelo Cortes/Flamengo)

O técnico Tite enfrenta grandes críticas em momento crucial da temporada e Flamengo sofre com desorganização e elenco desequilibrado, refletindo as escolhas tardias no mercado e dificuldade de adaptações. Dessa a forma, temporada do Flamengo pode acabar de forma melancólica, assim como em 2023.

Analisando o cenário atual, não será surpresa se o Flamengo retornar do Uruguai eliminado da Libertadores, em menos de uma semana. Também não parece improvável que o time não consiga alcançar os oito pontos que o separam do Botafogo no Campeonato Brasileiro. Se isso acontecer, a noite de quinta-feira (19), quando o time perdeu para o Peñarol no Maracanã, poderá ser lembrada como o momento em que uma temporada promissora começou a desmoronar para os torcedores rubro-negros, pelo segundo ano seguido.

Os 90 minutos apresentados pelo Flamengo no jogo da última quinta-feira (19), são apenas uma parte, ou talvez o resultado final, de uma série de fatores que levaram o time a uma fase final de temporada que pode acabar de forma decepcionante.

A partida

Em relação à partida, o gol do Peñarol expôs os problemas de recomposição defensiva do Flamengo. Esses problemas existiam, mas é difícil focar apenas no que aconteceu sem a bola, pois suas origens estavam com ela. Diante de um adversário fechado, o Flamengo jogava de forma acelerada o tempo todo, com pouca pausa, afobação e falta de coordenação. Isso resultava em perdas de posse e, consequentemente, maior exposição defensiva.

Desde a partida contra o Bahia, e mais evidentemente a partir do clássico contra o Vasco, Tite tem apostado em um modelo de ataque bastante móvel. Esse estilo exige grande coordenação, mas Gonzalo Plata e Alex Sandro acabaram de estrear, Bruno Henrique está atuando em uma posição que não é sua especialidade, e o Flamengo tenta modificar sua forma de atacar enquanto o setor ofensivo passa por grandes transformações. Em vários momentos, os movimentos do time pareciam mais intuitivos do que coordenados.

Tite, naturalmente, enfrenta críticas severas. Ao longo da temporada, o Flamengo raramente se manteve próximo do nível esperado, e, no jogo contra o Peñarol, algumas decisões estratégicas não surtiram efeito. Em certo momento, e considerando a falta de opções no meio-campo, parecia necessário alguém com as características que Léo Ortiz vem mostrando, mas ele só foi colocado em campo a 20 minutos do fim.


Flamengo é derrotado para o Peñarol no Maracanã (Foto: Reprodução/Alexandre Durão/Zimel Press/Agência O Globo)

A demora na janela

O trabalho de Tite e o que acontece em campo são apenas o lado mais visível de um problema maior. Desde o início do ano, havia alertas sobre o calendário, a Copa América e a percepção de um elenco limitado em certas posições. É questionável que o Flamengo tenha chegado às quartas-de-final da Libertadores com jogadores como Alex Sandro, Plata e Alcaraz ainda tentando se ajustar. Além disso, os dois primeiros jogadores, com poucos jogos recentes, ainda sofrem com questões físicas.

O clube demorou muito para agir no mercado de transferências, trazendo quatro reforços no fechamento da janela, e agora paga o preço por essa demora.

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