“Os Fittipaldis”, a estreia da primeira equipe brasileira completa 50 anos

Em 1975 Wilsinho Fittipaldi dirigia o carro FD-01 em Buenos Aires, na Argentina

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Os irmãos Fittipaldis marcam história na F1.
Foto destaque: Emerson e Wilsinho Fittipaldi juntos (Reprodução/Instagram/@esportenewsmundo)

A Fórmula 1 sempre foi um esporte que deu alegrias ao Brasil, com Ayrton Senna, Nelson Piquet e Emerson Fittipaldi campeões da categoria. O último inclusive proporcionou um feito histórico que completa 50 anos hoje, em 12 de janeiro de 1975 estreou no autódromo de Buenos Aires na Argentina, a primeira equipe brasileira com carro FD-01 dirigido por Wilsinho Fittipaldi.  

A família Fittipaldi sempre foi apaixonada por automobilismo, e a escolha de Wilsinho para guiar o veículo foi porque seu irmão Emerson era piloto da McLaren na época e não poderia ser vinculado a outra equipe. 

Como surgiu a ideia da equipe

Os Fittipaldis já estavam dentro da F1, e o sonho guardado de ter uma equipe inteiramente de brasileiros se intensificou em 1973 quando Emerson e Wilsinho começaram a pensar na ideia, para facilitar a entrada de novos pilotos na categoria já que outros países tinham equipes consolidada como a Ferrari na Itália. 

Os irmãos além de pilotos também gostavam de construir carros e trabalhavam em dois karts, o Fitti Vê e o Fitti-Porsche, na época considerado o carro mais rápido. O projeto, porém, só conseguiu sair do papel em 1974 quando eles conseguiram uma parceria com a Copersucar que deu a oportunidade para que pudessem fazer os primeiros testes. Em outubro daquele ano eles lançaram o carro no Salão Negro do Congresso Nacional.


Resumo dos oito anos da equipe (Vídeo: reprodução/YouTube/Tv Unicamp)

O modelo FD-01 chamou a atenção pelo design escolhido de Ricardo Divila, com o intuito de ser muito deitado e ter uma aerodinâmica fechada. 

Desafios para colocar na pista

Mesmo tendo uma parceria os desafios surgiram, na época não era fácil conseguir peças e até mesmo fazer vários testes que deixassem o carro e piloto em perfeita sintonia, a maioria das peças importantes vinham de fora, como conta Christian, filho de Wilsinho, que lembra do pai ao telefone pedindo o motor e a caixa de direção na Inglaterra.

Com a comunicação difícil na época, pois se pagava de 3 a 5 dólares por minuto para fazer qualquer ligação internacional custaria caro, os problemas da demora que atrasaram os prazos e consequentemente a estreia do carro na pista que ainda precisava de ajustes, tanto que terminou sua participação com apenas 12 voltas após bater no guard rail e pegar fogo.

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