A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a primeira insulina semanal do mundo, chamada icodeca e comercializada como Awiqli, indicada para adultos com diabetes tipo 1 e 2.
Especialistas consideram a aprovação uma revolução no tratamento do diabetes, proporcionando mais comodidade e qualidade de vida aos pacientes ao reduzir significativamente o número de aplicações anuais.
Avanço no tratamento do diabetes
Atualmente, o tratamento do diabetes tipo 1 envolve a aplicação diária de insulina basal e de insulina de ação ultrarrápida antes das refeições. Para pacientes com diabetes tipo 2 que necessitam de insulina, o tratamento é feito com a insulina basal, combinada a antidiabéticos orais. Com a aprovação da insulina icodeca, será possível substituir as insulinas basais glargina e degludeca, eliminando a necessidade de injeções diárias. No entanto, as aplicações de insulina antes das refeições continuarão sendo necessárias.
A eficácia da insulina semanal foi testada em estudos clínicos que envolveram 583 adultos com diabetes tipo 1 e mais de 3.500 pacientes com diabetes tipo 2. Os resultados mostraram que a icodeca tem um desempenho semelhante ao das insulinas basais aplicadas diariamente. O endocrinologista Ruy Lyra da Silva Filho, presidente do Departamento de Diabetes da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), destaca que a mudança de uma insulina diária para semanal mantém o controle glicêmico adequado, o que é considerado um avanço extraordinário.
Disponibilidade e perspectivas futuras
Apesar da aprovação no Brasil, a Novo Nordisk informou que ainda não há uma data prevista para o lançamento do medicamento no país. A insulina semanal já foi aprovada pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) para adultos com diabetes tipo 1 e 2 e está disponível em países como Austrália, Suíça, Alemanha, Japão e Canadá. Além disso, nos Estados Unidos, o pedido de aprovação já foi submetido à FDA (Agência de Alimentos e Medicamentos).
A aprovação da insulina icodeca representa um marco significativo no tratamento do diabetes, oferecendo aos pacientes uma alternativa mais conveniente e eficaz para o manejo da doença. Com a redução do número de aplicações, espera-se uma melhora na adesão ao tratamento e, consequentemente, na qualidade de vida dos pacientes.