No mês da prevenção ao suicídio (setembro), muitos debates surgem em pauta envolvendo diferentes pessoas e situações, mas todos com o mesmo objetivo de abordar sobre a saúde mental. É importante considerar e analisar de que modo as minorias são afetadas neste quesito uma vez que o Brasil é um país no qual muitos preconceitos se fazem presentes (racismo, homofobia, machismo, capacitismo, etc.).
As minorias, como os negros e pertencentes à comunidade LGBTQIA+, têm fatores que agravam a saúde mental deste grupo. Ainda destaca a influência do período de pandemia da Covid-19 como estimulante destes fatores.
Segundo os dados do Ministério da Saúde, o índice de suicídio entre adolescentes e jovens negros no Brasil é 45% maior do que entre brancos. “Dados mostram que entre as pessoas que cometeram suicídio, dentre 50 a 70% nunca passaram por um tratamento com profissionais da saúde como psicólogos e psiquiatras. Isso se deve ao racismo estrutural e os impactos sociais e econômicos desse sistema”, diz Julio Santos, advogado e diretor do Instituto Luiz Gama, Ong que luta pelos direitos humanos e das minorias.
Psicólogos apontam que cuidar da saúde mental é uma medida indispensável. (Foto: Reprodução/Meio&Mensagem)
Autoestima, validação autopreconceito são alguns dos problemas agravados na saúde mental desta população. “A falta de apoio aliada a todos esses fatores atuam como agravantes para a saúde mental, impactam nos dados de depressão, ansiedade e tendência ao suicídio”, diz o psicólogo Roberto Debski, em entrevista à CNN Rádio (no CNN no Plural).
“A ideia de que não falar sobre o assunto, senão vai aumentar o número de casos, na realidade é o contrário”, pontua o psicólogo sobre o que as pessoas costumam achar sobre debater a temática de extrema importância. Assim, campanhas como as do Setembro Amarelo são fundamentais para conscientização de pessoas que podem sofrer transtornos mentais e para aquelas que podem ajudar os outros que passam por dificuldades psicológicas.
O mês de setempbro é destinado para prevenção ao suicídio. (Foto: Reprodução/Memorial Parque das Cerejeiras)
Existem diferentes sinais que permitem a suspeita de uma saúde mental prejudicada, como comportamentos agressivos e retraídos, algo que é ainda mais comum entre minorias.
De acordo com Roberto Debski, “quanto mais consciência e à medida que trabalhamos o preconceito, educamos as pessoas e encontramos as que estão nessa situação de vulnerabilidade”. Portanto, “não devemos julgar ou criticar as pessoas, porque isso piora a situação, mas, sim, acolher e escutar”.
Foto Destaque: Falta de apoio a minorias colabora para problemas de saúde mental. Reprodução/Santos Advogados Associados