A última edição do Paris Fashion Week, que fechou o calendário de moda internacional deste ano, confirmou o que muitos já suspeitavam: o boho chic está mais vivo (e em alta) do que nunca. Seu retorno ganhou ainda mais consagração com a estreia da estilista Chemena Kamali na maison francesa Chloè, que apresentou um desfile com enfoque de peso nos códigos marcantes da estética – franjas, babados, rendas, camurça e couro.
Ao contrário de seu apogeu, em meados dos anos 2000, desta vez, o boho chic retorna repaginado, mais feminino, moderno e contido. Sua influência escapa do desígnio apenas dos cabides e contamina os acessórios, alcance refletido nos últimos lançamentos das principais marcas, como Gucci, Valentino e Ralph Lauren. Desta maneira, as bolsas de camurça, com franjas, em vários tamanhos e estilos, viraram o mais no must have, queridinho das principais fashionistas, como a modelo Bella Hadid.
Modelo slouchy
Sucesso durante a década de 1970, o modelo de bolsa slouchy – ou “molenga” – carrega a atitude despojada e leve em seu formato, pilar da estética boho.
Para ser usada no ombro ou carregada despretensiosamente nas mãos, a estrutura fluída apareceu em coleções de Chloè e Valentino nas últimas semanas de moda. Mas seu retorno já havia sido precipitado pela Saint Laurent, que na coleção primavera-verão de 2021 a icônica modelo Le 5 à 7.
Franjas, franjas e franjas
Nada traduz mais a estética boho do que o movimento proporcionado pelas franjas. Adicionadas a qualquer peça, esses adornos garantem cinesia de espírito pilar do estilo.
De diferentes comprimentos, cores e quantidades, esse plus foi a carta na manga de muitos estilistas que decidiram por caminhar pelo caminho do boho chic em suas últimas coleções, principalmente nas bolsas, como visto nos desfiles da Isabel Marant, Valentino e Chloè.
Tachas e comprimento
Mas não é só de leveza que se estrutura o boho. Uma das principais jogadas para esse estilo é a essencial brincadeira entre o pesado e o leve. Para balancear a graciosidade de movimento das franjas e o conforto sensorial da camurça, muitas peças recebem a sobriedade da aplicação de tachas, em diversas versões.
O comprimento também chega para retornar à alguns paradigmas e altura das bolsas, que até então eram tendência em lugares perto dos ombros, com os modelos shopper e tote, agora caí alguns andares e estaciona na região dos quadris, traduzindo, mais uma vez, o caráter despojado e despretensioso, marca da estética boho chic.