Bvlgari Studio comemora peças clássicas com instalação do artista Leandro Vigas

A linha Tubogas homenageada é a mais clássica da marca

Marina Camarotti
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Foto Destaque: Leandro Vigas em frente a exposição em colaboração com Bvlgari (Reprodução/Instagram/@vigas_av)

A nova coleção da Bvlgari resgata o icônico design Tubogas, criado há mais de 80 anos pela Maison Romana. Para celebrar o lançamento, a marca convidou o artista brasileiro Leandro Vigas para reinterpretar sua essência em uma intervenção artística, instalada em São Paulo. A obra tem o intuito de transmitir atemporalidade, luxo e beleza.

Um pouco da história da coleção

No final da década de 1960, após a morte de Giorgio Bulgari, seus filhos Gianni, Paolo e Nicola assumiram o comando da Bvlgari, com o desafio de modernizar a icônica marca romana.

“As mulheres não queriam mais joias restritas a eventos especiais, mas peças que pudessem acompanhar qualquer ocasião”, recordou Gianni em entrevista.

Foi nesse período que a grife resgatou o tuyau à gaz, ou tubogas, uma técnica de trabalho em metal originada no final do século XIX, proveniente do design industrial na década de 1940, que se tornou tendência em joias por todo o mundo.


A coleção Bvlgari Tubogas surge em combinação com pedras preciosas coloridas e em versões de linhas icônicas da Bvlgari. As peças, criadas com elos sem nós, são concebidas predominantemente em ouro amarelo — Foto: Divulgação
Colares da coleção comemorativa de Tubogas (Foto: reprodução/Bvlgari)

O processo criado para fabricar canos flexíveis que transportavam gás pressurizado foi transformado em criações sofisticadas e luxuosas.

O tubogas passou a adornar pescoços, pulsos e dedos com versões repletas de quilates, unindo funcionalidade e beleza em um design atemporal.

Embora diversas marcas de joias tenham explorado o tubogas, a Bvlgari buscou maleabilidade e flexibilidade com a criação de peça com formato de serpente.

O primeiro modelo do relógio-pulseira Serpenti, lançado em 1948, destaca-se pela sobriedade e escassez de pedras preciosas no período após a Segunda Guerra.

Com o passar do tempo, surgiram versões cada vez mais luxuosas, como a célebre peça que adornava o pulso de Elizabeth Taylor durante as filmagens de Cleópatra em Roma, em 1962.

Esse legado consolidou o tubogas como uma das assinaturas da Bvlgari, recebeu o “T” maiúsculo no nome Tubogas a partir dos anos 1970.

A modernidade das peças passou a dialogar em harmonia com outras linhas consagradas da maison, como Monete e Parentesi, e se desdobrou tanto em joias finas quanto em peças de alta-joalheria, que reafirmou o compromisso da marca com inovação e sofisticação atemporal.

A instalação

Nesta coleção, as peças capturam o gesto simples e simbólico do abraço, interpretado de maneira ampla e sofisticada.

Braceletes e relógios Tubogas parecem envolver o corpo de quem os usa, com elos maleáveis que entrelaçam ouro e aço, criando uma conexão harmoniosa entre design e emoção.

A rica narrativa histórica facilitou o processo criativo de Leandro Vigas. O artista revelou à Marie Claire que, ao ser convidado para o projeto, percebeu imediatamente a semelhança estética e conceitual entre suas obras – feitas com tubos de membrana plástica de PVC e espirais de metal – e as joias da Bvlgari.


Estudo da obra "Orbital" — Foto: Divulgação
Obra ‘Orbital’, de Leandro Vigas (Foto: Reprodução/Instagram/@vigas_av)

Assim, a colaboração entre Bvlgari e Leandro Vigas se revela uma fusão de tradição e inovação.

Ao reinterpretar o tubogas com sua visão artística, Vigas não homenageia apenas a história da joalheria, mas também imprime sua própria assinatura criativa, unindo formas, materiais e conceitos de maneira sofisticada.