Alta Costura não é para o dia-a-dia: Entenda

Juliana Gomes Por Juliana Gomes
4 min de leitura

Os desfiles de alta costura — na tradução, ou Haute Couture — costumam ser questionados por apresentarem roupas consideradas estranhas por às vezes parecem fantasias, como o caso do Pyer Moss na coleção de inverno 2021, ou por apresentarem adornos não comuns, como a cabeça de leão no último desfile da Schiaparelli. Mas será que são mostradas roupas que as pessoas realmente usam para sair no dia-a-dia?

A resposta é não. O Haute Couture foi criado com o objetivo das marcas poderem apresentar as habilidades técnicas e criativas no design das roupas. Porem, as peças não podem ser produzidas de qualquer forma, é preciso que sejam criadas à mão, com materiais de qualidade e sob medida e encomenda, com ao menos uma prova de roupa, não podendo ser vendidas em escala. 


Look 24 do desfile de alta costura primavera 2023 da Fendi. (Reprodução/Vogue Runway)


A Federação da Alta Costura e da Moda (antiga Chambre Syndicale de la Haute Couture) que define o que é e o que não é alta costura. A federação revê anualmente quais casas poderão desfilar em Paris e poderão usar essa resignação pelo Ministro da Indústria na França. A marca precisa ter um ateliê em Paris, contratar ao menos um staff, de 15 pessoas, em tempo integral e apresentar as coleções publicamente pelo menos duas vezes por ano com ao menos 35 roupas para dia e noite.

O segmento não rende lucros para as empresas, mesmo podendo até ser utilizada como estratégia de marketing.. A temporada é usada principalmente como uma forma do designer expor o próprio posicionamento. Exemplo disso é o de inverno 2021 do Pyer Moss, em que Kerby Jean-Raymond, o primeiro designer preto estadunidense a se apresentar no calendário da alta costura, apresentou uma coleção homenageando inventores pretos e mostrando como as suas invenções mudaram a sociedade.


Look 11 do desfile de alta costura inverno 2021 de Pyer Moss. (Reprodução/Vogue Runway)


Os valores das roupas não são um problema para os cerca de quatro mil consumidores globais da temporada. De acordo com uma rtigo do “The Telegraph”, uma peça mais simples, sem muitos ornamentos, pode custar em torno de 10 mil dólares. Alguns outros modelos podem até bater na casa dos milhões.

Os clientes, podendo ser celebridades que usaram uma das roupas desfiladas em premiações ou eventos, costumam ser colecionadores. Os desfiles costumam terminar apresentando um traje de noivado, logo, alguns compradores investem em vestidos de noiva ou para outras celebrações. Algumas clientes podem começar a ser “paparicadas” por grifes, sendo chamadas à desfiles para logo fazerem as próprias encomendas. Além disso, ter uma peça da alta costura é um sinal de status, por ser uma vestimenta original e feita sob medida.

As casas que fazem parte da Federação Francesa de Alta Costura são:

  • Chanel
  • Dior
  • Schiaparelli
  • Maison Margiela
  • Valentino
  • Givenchy
  • Atelier Versace
  • Zuhair Murad
  • Elie Saab
  • Bouchra Jarrar
  • Stéphane Rolland
  • Jean Paul Gaultier
  • Viktor & Rolf
  • Adeline Andre
  • Ulyana Sergeenko
  • Fendi
  • Giorgio Armani Privé
  • Alexis Mabille
  • Maurizio Galante
  • Alexandre Vauthier
  • Giambattista Valli
  • Ralph & Russo
  • Franck Sorbier
  • Iris Van Herpen

 

Foto destaque: Look 15 do desfile de alta costura de primavera 2023 da Schiaparelli. (Reprodução/Vogue Runway)

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