Chanel aumenta preços em meio à incerteza da demanda de luxo

Laura Azevedo Borin Por Laura Azevedo Borin
3 min de leitura

No cenário atual, de incerteza global em relação à demanda por bens de luxo, a marca francesa Chanel tomou uma medida audaciosa, decidindo aumentar os preços de seus produtos em diversos mercados asiáticos. Essa decisão, que também afetou Taiwan, Tailândia, Malásia, Austrália e Japão, foi justificada por flutuações nas taxas de câmbio. Os preços, no geral, sofreram um aumento substancial de 6% a 8%.

Em resposta a essa medida, um porta-voz da marca destacou que o aumento de vslores faz parte de sua política de harmonização de preços, que a empresa implementa periodicamente. A intenção é manter uma uniformidade nos preços de seus produtos em diferentes mercados.

Para ilustrar o impacto dessa decisão, atualmente, uma bolsa clássica de tamanho médio da Chanel custa cerca de 80.500 yuans na China (equivalente a aproximadamente 11.030 dólares), enquanto na França é vendida por 9.700 euros (equivalente a aproximadamente 10.230 dólares).


Desfile da Chanel. (Foto: Reprodução/Instagram/@chanelofficial)


O poder de fixação de preços das marcas de luxo

Marcas de luxo exclusivas têm historicamente demonstrado um sólido poder de fixação de preços, permitindo-lhes aplicar aumentos sem necessariamente perder sua clientela fiel. No entanto, nos últimos anos, houve indícios de que os chamados “clientes aspiracionais”, que costumam adquirir produtos de nível básico, estão reduzindo seus gastos.

A Chanel tem o hábito de revisar os preços de suas bolsas duas vezes por ano, especificamente em março e setembro. Philippe Blondiaux, diretor financeiro da marca, explicou em uma entrevista à Bloomberg que a Chanel também ajusta seus preços de acordo com a inflação dos custos de insumos.

Desafios econômicos na China e no mercado de luxo

A desaceleração econômica pós-pandemia e a diminuição das oportunidades de trabalho para os jovens têm impactado a China e abalado a confiança dos consumidores. Isso tem gerado um impacto nas ações de grupos de luxo, incluindo a Richemont, proprietária da Cartier, e a LVMH Moet Hennessy Louis Vuitton SE, no mercado de luxo.

Essa medida da Chanel reflete a complexa dinâmica de fixação de preços em um mercado global volátil e a adaptação das marcas de luxo às mudanças nas condições econômicas e no comportamento do consumidor.

Foto destaque: desfile da Chanel. Reprodução/Instagram/@chanelofficial

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